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Banco de Portugal diz que recuperação será mais lenta

O Banco de Portugal estima que a economia nacional continue a recuperar,  mas não chegará a crescer 2% ao ano até, pelo menos, 2017. As estimativas foram revistas em baixa.

09 de Dezembro de 2015 às 13:06
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O Banco de Portugal está mais pessimista e espera que a economia portuguesa cresça 1,6% este ano, seguindo-se aumentos reais anuais do produto interno bruto de 1,7% em 2016 e 1,8% em 2017.

 

Os valores divulgados quarta-feira, dia 9 de Dezembro, não incluem as medidas de política económica do novo governo e constituem uma revisão em baixa face às últimas previsões do banco central que, em Junho, apontou para aumentos de PIB de 1,7%, 1,9% e 2% em 2015, 2016 e 2017. A estimativa de crescimento deste ano tinha entretanto sido reafirmada em Outubro.

 

O banco central antecipa que a recuperação da economia portuguesa continuará suportada no aumento do rendimento disponível e da procura interna que foram especialmente sacrificadas até 2014, e num desempenho positivo das exportações – cujo crescimento foi, no entanto, revisto em baixa. 

 

Este ano, o consumo das famílias deverá crescer 2,7% este ano, estabilizando em torno dos 1,8% e 1,7%  nos anos seguintes. O investimento crescerá 4,8% em 2015 (menos que o antecipando antes), e cerca de 4% e 6% em 2016 e 2017, com as empresas a puxar pelos gastos de capital, mostram os dados divulgados pelo organismo liderado por Carlos Costa.

 

"A procura interna deverá apresentar uma recuperação gradual, compatível com a redução dos níveis de alavancagem das famílias e empresas", lê-se na nota distribuída à imprensa, na qual se classificam de "primordiais" reduções tanto na dívida pública como privada. Nesse sentido, "a prossecução no médio prazo de um saldo das contas públicas próximo do equilíbrio, em linha com as regras do quadro orçamental europeu, constitui um objectivo desejável para a economia portuguesa", escrevem os economistas da Almirante Reis.

 

No exercício de previsão é assumida uma estabilização do consumo público nos próximos anos, em linha com o que já esperava antes, uma vez que não foi considerada qualquer medida de política orçamental assumida pelo novo Governo, o que atribui ao  exercício de um "grau de incerteza particularmente elevado", diz o banco central.

 

Revisão em baixa

 

A recuperação será, no entanto, mais lenta do que o banco central antecipava há poucos meses. A explicar a revisão em baixa estão, em primeira linha, piores perspectivas para procura externa dirigida à economia portuguesa, em particular para fora da área do euro, onde se inclui Angola.

 

O Banco de Portugal antecipa que as exportações nacionais cresçam 3,3% em 2016 e 5,1% em 2017, o que fica abaixo das previsões de Junho de 6% e 6,4% do PIB, respectivamente. Este ano, antecipa-se um aumento de 5,3%, também abaixo dos 6,1% previstos em Outubro.

 

Ainda assim, a entidade monetária considera "as exportações deverão apresentar um crescimento robusto" o que facilitará a "transferência de recursos produtivos para os sectores da economia mais expostos à concorrência internacional".

 

Já as importações estarão mais dinâmicas este ano (crescimento de cerca de 7%) – à boleia de muitas importações de automóveis e bens de consumo duradouro - mas deverão desacelerar para crescimentos de 3,6% e 5,6% em 2016 e 2017. Estes valores ficam abaixo das previsões anteriores do banco central.

 

Com base nestas evoluções, o Banco de Portugal espera um saldo externo positivo (2% do PIB) mas substancialmente mais baixo que o previsto há seis meses (cerca de 3% do PIB e crescente para os anos seguintes).

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