Há seis meses o banco central esperava um excedente externo de 3% do PIB este ano, que cresceria para 3,4% do PIB em 2017. Agora, o Banco de Portugal não antecipa que o saldo da balança corrente e de capital ultrapasse os 2,5% do PIB nos próximos anos.

Juntamente com o aumento do peso das exportações na economia, o saldo externo positivo e crescente são indicadores referidos como marcadores de uma mudança estrutural na economia nacional, menos dependentes de importações e da procura interna e mais vocacionada para exportações.

Uma revisão em baixa da previsão de crescimento das exportações no Boletim Económico de Dezembro de 2015 veio provocar não só uma revisão em baixa das perspectivas de crescimento económico, como ditou uma evolução menos favorável do excedente externo.

O Banco de Portugal espera agora que o saldo externo fique pela casa dos 2,4% do PIB em 2015, estabilizando em torno desse valor nos anos seguintes.

Em Outubro esperava um saldo externo de 2,3% para este ano, mas em Junho as previsões do banco central apontavam para que o excedente externo fosse de 3% do PIB em 2015, 3,2% em 2016 e 3,4% em 2017.

Esta evolução não invalida o aumento significativo do peso das exportações na economia, para cerca de 40% do PIB, um valor semelhante ao das importações. Em 2007 a diferença entre as duas era de quase 8 pontos percentuais (31% para as exportações, 39% para as importações), explicando os elevados défices externos acumulados ao longo de vários anos por Portugal.