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Centeno acusa PSD de "promessas vãs", PIB "irrealista" e de ter a "despesa subfinanciada"

O atual ministro das Finanças atacou o cenário macroeconómico com que o PSD se apresenta a eleições. "As projeções do PSD são materialmente impossíveis", alega Centeno.

Reuters
30 de Setembro de 2019 às 12:59
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O ministro das Finanças e candidato do PS por Lisboa, Mário Centeno, passou ao ataque esta segunda-feira, 30 de setembro, marcando uma conferência de imprensa para criticar o cenário macroeconómico do PSD. A conclusão é simples: "As projeções do PSD são materialmente impossíveis".

Em meia hora, numa conferência transmitida pelo PS nas redes sociais, Centeno criticou o cenário macroeconómico dos social-democratas por ser "inconsistente". Para o atual ministro das Finanças há três "riscos": o crescimento económico, a evolução da receita e da despesa. 

No que toca ao PIB, Centeno classificou a projeção de "irrealista" por estar acima de "todas" as projeções que existem para a economia portuguesa nos próximos quatro anos. E, mesmo se o PIB crescesse como o PSD diz, a receita prevista crescia "desproporcionalmente face ao PIB": "Para cada euro que a economia produz, a receita fiscal [prevista] é maior do que aquilo que existe em qualquer outra análise à economia portuguesa", argumenta. 

Já na despesa, Centeno considera que os montantes não refletem as promessas do PSD, que apelidou de "vãs", sobre serviços públicos, salários da função pública e prestações sociais. "Estas promessas não casam com a evolução da despesa no cenário macroeconómico do PSD", diz, estimando que a despesa está "subfinanciada" em 2,75 mil milhões de euros.

"Estes três riscos levar-nos-iam para uma situação de défice excessivo", conclui o candidato a deputado pelo PS, referindo que há "pelo menos" 4,75 mil milhões de euros por explicar nas contas dos social-democratas. Para Mário Centeno "este é o regresso aos [orçamentos] retificativos e aos défices excessivos porque a economia perante a incerteza destes cenários vai obviamente entrar em dificuldades".

Questionado pelos jornalistas, Mário Centeno deu a entender que não aceitou o convite do PSD para debater com Joaquim Sarmento, o porta-voz dos social-democratas para as finanças públicas, por este não ser candidato a deputado. No entanto, não excluiu um debate com candidatos, referindo o nome de Rui Rio.

Líder do PSD acusa Centeno de "baralhar" números
Rui Rio foi rápido a reagir às declarações do ministro das Finanças, acusando-o de "baralhar" os números do cenário macroeconómico do PSD. "É lamentável que o ministro das Finanças baralhe os números todos de forma absolutamente ridícula", disse, citado pelo Eco

Num tom irónico, numa ação de campanha, Rio disse que "[Joaquim] Sarmento dará uma aula a Centeno para saber ler o quadro macroeconómico do PSD".

Anteriormente, o líder dos social-democratas desafiou o PS para um duelo entre Mário Centeno e Joaquim Sarmento, mas o debate não avançou.
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