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Sarmento responde a Centeno e critica números do PS não serem públicos

Depois de ver o ministro das Finanças recusar debater consigo e criticar o "irrealismo" do cenário macroeconómico do PSD, Joaquim Miranda Sarmento reage aos comentários de Mário Centeno começando por lamentar que os números do PS não sejam públicos nem debatíveis.

Miguel Baltazar
01 de Outubro de 2019 às 12:19
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À falta de um frente a frente, o debate entre Joaquim Miranda Sarmento e Mário Centeno prossegue por outros meios. O porta-voz do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD e também coautor do cenário macroeconómico social-democrata respondeu esta terça-feira às críticas ontem feitas pelo ministro das Finanças aos números propostos pelo partido presidido por Rui Rio.

Num texto publicado na página oficial do PSD, Joaquim Sarmento começa por notar que em vez de debater cara a cara, Centeno "prefere fazer conferências de imprensa para criticar o programa económico do PSD", uma alusão clara à recusa do ministro em participar num embate com o elemento do CEN sobre os cenários macroeconómicos dos dois maiores partidos nacionais. Esta segunda-feira, o presidente do PSD, Rui Rio, acusou Centeno de baralhar os números do programa social-democrata propositadamente e pré-anunciou uma "aula" a ser dada por Sarmento ao ministro.

Recordando que Centeno disse só estar disponível para debater com candidatos às legislativas, Sarmento salientou que o outro responsável pelo cenário macro do PSD, Álvaro Almeida, "está disponível para esse debate", repetindo a informação já avançada esta segunda-feira

Quanto às propostas propriamente ditas, o também docente universitário mostra-se satisfeito com o facto de "agora" o modelo de crescimento económico defendido pelo PS ser "assente nas exportações e no investimento" e não no "consumo privado e público" como "defendia em 2015".

Antes de abordar separadamente os três riscos identificados por Mário Centeno no programa social-democrata, Joaquim Sarmento faz questão de sublinhar que enquanto as contas e cenário macro e orçamental do PSD "é público e debatível", o mesmo não acontece com o programa do PS.

Acerca do irrealismo das projeções de crescimento económico do cenário do PSD apontado por Centeno, Sarmento nota que as previsões para 2020 e 2021 são iguais às que constam do Programa de Estabilidade que, em abril, o Governo remeteu para Bruxelas, e explica que os crescimentos previstos para 2022 e 2023 são superiores enquanto efeito das "políticas propostas pelo PSD". O porta-voz do CEN lembra que Centeno chegou a dar uma entrevista ao Público em que classificava as previsões económicas sociais-democratas como "realistas".

Mário Centeno também defendeu que mesmo a se economia crescesse em linha com as projeções do PSD, a receita prevista no cenário social-democrata avançaria "desproporcionalmente" face ao PIB.

 

Sarmento riposta dizendo que Centeno está a comparar a receita fiscal do período 2016-19 com a do cenário do PSD que diz respeito a 2020-23. "[Centeno] ignora por completo" que o PIB nominal de 2019 é cerca de 30 mil milhões superior ao de 2015, acrescenta explicando que "quanto maior é o PIB nominal maior é o crescimento nominal".

 

Já sobre o risco relativo à despesa, em que Centeno sinaliza a ausência de 2,4 mil milhões de euros no programa do PSD, Joaquim Sarmento reage sustentando que "o ministro das Finanças ignora que as principais componentes da despesa no cenário do PSD seguem o cenário do Conselho de Finanças Públicas".

 

Depois de sugerir a Centeno que veja "com cuidado os números" do programa do PSD, Joaquim Sarmento reitera a principal critica apontada ao ministro das Finanças e ao PS: "Gostaríamos muito de poder analisar os números do Partido Socialista, mas infelizmente não são públicos".

No primeiro embate que opôs Rui Rio e António Costa, líder do PS e primeiro-ministro, o presidente do PSD iniciou uma longa troca de galhardetes em torno de Centeno, referindo-se ao Centeno do PS e ao Centeno do PSD. A Antena1 convidou ambos para um debate, sendo que Sarmento respondeu pronta e afirmativamente enquanto Centeno aguardou alguns dias antes de rejeitar essa possibilidade.

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