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Bloco tenta afastar-se dos resultados do défice
Bloco de Esquerda diz que défice de 2,1% em 2016 é "meta para Bruxelas ver". Partido de Catarina Martins defende que resultado é bandeira do PS e não do Bloco.
O número divulgado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o défice de 2016 não traz "nada de muito novo". "O PS já o tinha nos 'outdoors'". Esta foi a primeira ideia que Mariana Mortágua transmitiu aos jornalistas no Parlamento, na primeira reacção ao défice de 2,1% no ano passado. A deputada do Bloco de Esquerda, um dos parceiros do Governo na Assembleia, tentava assim afastar o seu partido deste resultado, atribuindo-o apenas ao PS.
A estimativa de que o défice não seria superior a 2,1% no ano passado foi divulgada pela primeira vez a 15 de Fevereiro pelo ministro das Finanças, Mário Centeno. Esta sexta-feira, o INE confirmou que o défice ficou em 2,1%, o valor mais baixo da história da democracia.
Esta é uma "meta para Bruxelas ver", disse Mortágua, mostrando assim que o resultado do Governo não é motivo de festa para o Bloco de Esquerda.
Este "desejo dogmático" de ir além do que seria exigível foi alcançado à custa de "despesa e dinheiro público que não está a ser gasto nas escolas, no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e no investimento público". A deputada bloquista repetiu uma ideia já avançada em debates anteriores de que "sem juros Portugal tem o melhor saldo orçamental da Europa".
Mariana Mortágua considera que o que se passa na emissão da Caixa e no défice são dois "bons exemplos" de como os "interesses políticos estão à frente dos interesses do país".