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Centeno: "Não há milagres nem habilidades, há um trabalho muito intenso"
O ministro das Finanças realçou que Portugal "alcançou o objectivo proposto" em termos de contas públicas e isto "sem orçamento rectificativo".
O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta sexta-feira, 24 de Março, que Portugal terminou 2016 com um défice de 2,1% do produto interno bruto (PIB).
"Cumprimos as metas que estabelecemos. Mais, superámos todas as metas. Sem recurso a medidas extraordinárias", realçou o ministro das Finanças, Mário Centeno, em conferência de imprensa para falar sobre os dados do défice orçamental de 2016. O PSD, através do deputado Duarte Pacheco, considerou que o défice de 2016 só foi conseguido através de medidas extraordinárias e de "habilidades", quantificando em cerca de 1,4% do PIB as medidas extraordinárias implementadas pelo Executivo liderado por António Costa. Já Mário Centeno diz que as medidas extraordinários, com "impacto não repetível", correspondem a 0,1% do PIB.
O ministro das Finanças realçou que Portugal "alcançou o objectivo proposto" em termos de contas públicas e isto "sem orçamento rectificativo".
Caixa não deverá penalizar saída do PDE
Questionado sobre se a injecção na Caixa Geral de Depósitos (CGD), que ocorre já este ano, pode penalizar a saída do Procedimento por Défices Excessivos, o ministro mostrou-se confiante que não. O défice "permanecerá sustentadamente abaixo de 3% e inclusivamente abaixo de 2%", disse Mário Centeno aos jornalistas. "O que é relevante na avaliação da condução orçamental é a trajectória do saldo, avaliada sem o impacto de medidas extraordinárias e temporárias", afirmou, sinalizando assim acreditar que a operação da Caixa não seja considerada no momento em que a Comissão Europeia decida se Portugal sai do Procedimento por Défices Excessivos.
O ministro das Finanças reiterou assim a meta de défice para este ano, de 1,6% do PIB, algo que só será possível com "rigor e trabalho conjunto". Ainda assim, os dados conhecidos até agora, apontam para informação "positiva": "aceleração do crescimento económico" e aumento dos índices de confiança.
"Reafirmo: os compromissos foram todos estabelecidos internamente. As contas que o Governo está a prestar é aos portugueses. É exactamente isso que nos move, nem mais, nem menos." "Hoje, como no momento em que diligentemente preparámos o cenário macroeconómico, temos plena confiança na alternativa que definimos e nas políticas que adoptámos", realçou.
(Notícia actualizada às 13:56 com mais declarações)