O ministro das Finanças disse esta sexta-feira, 24 de Março, que as negociação para a venda do Novo Banco estão a "evoluir a bom ritmo" e que "há condições para haver um acordo" que permita a alienação da instituição que resultou do fim do BES. As garantias de Centeno foram dadas numa conferência de imprensa no Ministério das Finanças para comentar os números do défice de 2016 divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Mário Centeno não quis revelar mais detalhes sobre o ponto de situação sobre a venda do Novo Banco, tendo em conta que o processo ainda não está fechado. O Governo entrou numa fase de negociações exclusivas com o fundo norte-americano Lone Star.

Nas respostas a perguntas dos jornalistas, o ministro das Finanças falou sobre as medidas de estabilização financeira que o Governo está a adoptar, perante os "sete problemas" de dimensão significativa que o Governo anterior deixou no sistema financeiro, acusou.

Centeno explicou que o processo de resolução do crédito malparado está mais demorado, já que só pode avançar depois de estabilizado o sector financeiro. Ainda assim, e perante a notícia da TSF sobre eventuais divergências entre o Governo e Bruxelas neste dossiê, o governante assegurou que "não foi entregue nenhum projecto em Bruxelas". 

"Há discussões", admitiu, mas estas "têm permitido ao Governo trabalhar numa solução". Estas discussões também envolvem o Banco de Portugal, precisou. A construção de uma solução para os créditos em incumprimento que pesam no balanço dos bancos regista um "evolução que decorre a um bom ritmo", disse. 

Questionado sobre se o Governo está a preparar alguma legislação sobre a associação mutualista que é dona do Montepio, o ministro garantiu que não. "Neste momento não há nenhuma intervenção legislativa sobre a Associação Mutualista Montepio."

O governante acrescentou que o que está a decorrer é a transformação da Caixa Económica em sociedade anónima.

O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, que tem a tutela das associações mutualistas já admitiu que a mudança de tutela "está a ser estudada".