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PS fala em "resultados excepcionais de gestão orçamental"
Carlos César diz que défice de 2,1% é "bofetada sem mão" para os críticos internos e externos. O líder parlamentar socialista responde ao Bloco ao rejeitar que resultado seja uma cedência a Bruxelas.
O líder parlamentar do PS defendeu esta sexta-feira que o resultado do défice de 2,1% no ano passado é uma "bofetada sem mão" para quem cá dentro e lá fora não acreditava ser possível o Governo apresentar um défice desta dimensão. Carlos César considerou que o dado não demonstra apenas que Portugal cumpre os seus compromissos internacionais mas também que sabe gerir bem.
"São resultados excepcionais de gestão orçamental", disse aos jornalistas no Parlamento, em reacção ao número divulgado esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que mostra que o défice de 2,1% em 2016 é o mais baixo desde 1974.
"É uma bofetada sem mão a alguns analistas e decisores externos, como por exemplo, o presidente do Eurogrupo", que foi fortemente criticado em Portugal por declarações polémicas que fez contra os países da Europa do Sul. Além disso, os dados servem também para provar à "oposição interna" que a estratégia do Governo estava certa.
"É possível associar uma política de responsabilidade social, que não agrava a carga fiscal e compatibilizar tudo isso com uma política de responsabilidade financeira", afirmou.
O também presidente do PS disse que não cabe a Portugal "decretar" a saída do país do Procedimento por Défices Excessivos, "mas é verdade que a evolução das contas públicas, associada ao emprego e ao crescimento indicam que há uma sustentação muito forte" que pode justificar a saída do Procedimento.
"Seria tremendamente injustificado que isso não acontecesse", afirmou, apesar de reconhecer que o país continua a passar por algumas dificuldades estruturais na economia e com dossiês por fechar no que respeita ao sistema financeiro.
Carlos César rejeitou que este resulta possa ser visto como uma cedência a Bruxelas - "não creio que se trate de nenhuma cedência", disse -, vincando que Portugal, "estando sujeito a obrigações que o próprio país contraiu", apresenta resultados que "não demonstram apenas a conformidade com os compromissos com terceiros mas demonstram também que sabe gerir bem".