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Varoufakis: Não há acordo porque credores insistem numa cura pior do que a doença

Num artigo de opinião publicado esta segunda-feira, o ministro grego das Finanças explica que o ponto de discórdia nas negociações é a exigência de mais austeridade por parte dos credores. Até porque, para o governante, as motivações dos credores não são as que eles dizem ser.

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Greece’s Varoufakis Puts Aid Deal Blame on Creditors
25 de Maio de 2015 às 16:35
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O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, defende-se do que diz serem falácias da comunicação social – nomeadamente da ideia de que Atenas é "incapaz" de implementar um programa de reformas económicas – explicando que o ponto de discórdia entre o seu Governo e os credores é só um: a austeridade.

 

Num texto de opinião publicado pelo "Project Syndicate", Varoufakis defende que quatro meses de negociação entre Atenas e os parceiros internacionais ainda não resultaram num acordo porque os credores insistem na necessidade de mais austeridade no país, uma cura que, segundo o ministro das Finanças, já provou ser pior do que a doença.

 

Varoufakis garante que o Governo está "empenhado" em implementar uma agenda com todas as reformas económicas enfatizadas por grupos europeus de reflexão económica, incluindo a criação de uma agência fiscal independente, um programa de privatizações "sensato e ambicioso", a liberalização dos mercados de bens e serviços e uma reforma genuína das pensões que "garanta a sustentabilidade a longo prazo do sistema de segurança social".

 

"Se o nosso Governo está disposto a abraçar as reformas que os nossos parceiros esperam, por que é que as negociações não produziram um

O nosso Governo não pode - e não vai - aceitar uma cura que provou, em cinco longos anos, ser pior do que a doença.
 
Yanis Varoufakis

acordo? Onde está o ponto da discórdia? O problema é simples: os credores da Grécia insistem em mais austeridade", esclarece o governante. "O nosso Governo não pode - e não vai - aceitar uma cura que provou, em cinco longos anos, ser pior do que a doença".

 

Varoufakis diz que a insistência dos credores em mais austeridade é "subtil, mas firme" e pode ser encontrada na exigência de que a Grécia mantenha excedentes primários "insustentavelmente elevados" que exigiriam aumentos de impostos e cortes nas pensões. "A visão de que a Grécia não atingiu uma consolidação orçamental suficiente não é apenas falsa, é absurda", acrescenta o ministro.

 

No final do texto, o ministro deixa no ar uma acusação contra os credores da Grécia insinuando que a sua verdadeira motivação não é a reforma genuína do país. No entanto, o ministro das Finanças não explica os motivos que acredita estarem por trás da insistência em mais austeridade, um motivo que será matéria de estudo para os historiadores futuros.

 

"Claramente, a exigência de mais austeridade por parte dos nossos credores não tem nada a ver com preocupações de reforma genuína ou de colocar a Grécia num caminho orçamental sustentável. A sua verdadeira motivação é uma questão que é melhor deixar para os historiadores do futuro", conclui o governante. 

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