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Varoufakis diz que grava reuniões do Eurogrupo e nega ter sido insultado pelos seus homólogos

O ministro das Finanças grego veio contar a sua versão dos acontecimentos do Eurogrupo que teve lugar no final de Abril. Nega ter sido insultado, revelou que grava as suas intervenções no encontro e garante continuar à frente das negociações por Atenas.

Bloomberg
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Passado um mês, o Eurogrupo de 24 de Abril continua a fazer correr tinta. Esta era a última oportunidade para Atenas e os parceiros europeus chegarem a acordo sobre as reformas para a Grécia, conforme tinha ficado acordado em Fevereiro.

 

Mas do encontro acabou por não sair nenhum acordo, mas antes muita polémica na imprensa. Na reunião, o ministro das Finanças grego teria sido "martelado" pelos colegas do Eurogrupo devido à falta de progressos nas negociações.

 

Mais, os responsáveis europeus teriam também acusado abertamente Yanis Varoufakis de ser um "amador", "jogador" e de andar a "desperdiçar tempo", segundo fontes então citadas pela Bloomberg.

 

Mas esta versão anda muito longe da verdade, segundo escreveu Yanis Varoufakis no seu blogue no domingo. Primeiro, negou qualquer insulto por parte dos seus homólogos. "Os meus colegas ministros nunca, alguma vez, se dirigiram a mim sem ser de uma forma colegial, educada e com educação".

 

Depois apontou o dedo às "mentiras e insinuações" que "jornalistas respeitáveis e grupos de comunicação social veneráveis" contaram sobre o que "alegadamente os meus colegas me disseram e também as minhas alegadas respostas e a minha apresentação da posição grega".

 

Garantiu que não perdeu o seu "temperamento durante esse encontro, ou em qualquer outra altura", acrescentou.


O ministro confirmou também que grava as suas intervenções no Eurogrupo, conforme foi avançado recentemente pela revista do New York Times. "Eu gravo por vezes as minhas intervenções e respostas no meu telefone, especialmente quando eu as improviso".

 

"O objectivo é, naturalmente, ser capaz de relembrar as minhas frases exactas para depois relatar o encontro ao meu primeiro-ministro, ao Executivo, ao Parlamento, etc, sobre o que eu disse", admitiu o ministro.

 

As regras do Eurogrupo não proibem os participantes de gravar os encontros, desde que os conteúdos permanecem confidenciais, explica a Reuters. Não é também certo se outros participantes gravam o encontro, isto é, se esta é uma prática corrente entre os ministros das Finanças do euro ou não.

 

Sobre a possibilidade de ter ocorrido alguma fuga de informação pela sua parte, o ministro garante que, se existiu, não partiu de si. "Ninguém respeitou mais a confidencialidade destes encontros do que eu, mesmo durante os dias e semanas que eu estava a ser provocada pelas notícias falsas e pessoais sobre este encontro."

 

Na altura, também surgiram notícias a avançar que Yanis Varoufakis tinha deixado de liderar as negociações com os parceiros europeus e os credores internacionais, mas o ministro negou ter sido afastado. "Eu continuo a negociar com os meus colegas ministros das Finanças, liderando o lado grego no Eurogrupo".

 

Deixou também críticas à falta de transparência das instituições europeias e ao jornalismo. "Talvez devessemos questionar as instituições europeias em que são tomadas decisões de grande importância, em nome da cidadania europeia, mas em que minutas não são feitas nem publicadas".

 

"O secretismo e uma imprensa ingénua não são bons augúrios para a democracia europeia", rematou Yanis Varoufakis. 

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