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Tsipras: "Se houver um acordo esta noite, a Grécia amanhã pagará ao FMI"

O primeiro-ministro da Grécia pede uma forte participação da população no referendo. Defende que a vitória do não é importante para que o país evite a "imposição de medidas extremas". E diz que ainda pode pagar na terça-feira o que deve ao FMI. Para tal, basta haver um acordo "viável" ainda esta noite.

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Tsipras Says Greece Will Not Be Thrown Out of Euro
29 de Junho de 2015 às 20:59
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O primeiro-ministro grego criticou, numa entrevista dada esta segunda-feira à noite à estação de televisão ERT, o facto de o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, estar a seguir a linha do FMI em vez de propor medidas de harmonia com os valores europeus.

 

Relativamente ao Fundo Monetário Internacional e ao pagamento de 1,552 mil milhões de euros – cujo total representa o acumulado das quatro parcelas devidas em Junho e que tem de ser pago ao FMI até dia 30 de Junho às 18h (23h em Lisboa) – Alexis Tsipras declarou, citado pelo The Guardian, que Atenas pode proceder a esse reembolso esta terça-feira se os credores propuserem um acordo viável o mais depressa possível.

 

"Se houver um acordo esta noite, a Grécia amanhã pagará ao FMI", salientou Tsipras na mesma entrevista, citado pelo The Guardian. "É possível que os credores esperem que paguemos ao FMI quando impuseram a asfixia aos bancos", questionou, acrescentando que "a partir do momento em que decidam levantar a asfixia, serão pagos".


Depois da comunicação ao país no final do fim-de-semana, em que explicou a necessidade de impor controlo de capitais, Alexis Tsipras voltou então à televisão para uma entrevista em que procurou convencer os gregos sobre a importância da participação no referendo de 5 de Julho. O referendo às medidas propostas pelos credores vai dar à Grécia um maior poder de negociação com os parceiros da Zona Euro, sublinhou.

 

"As instituições não estavam interessadas em encontrar um terreno comum, mas antes em impor medidas extremas" ao país, de forma a concederem um prolongamento do programa de ajuda financeira, disse Tsipras à ERT. "Apesar da nossa última proposta ter sido aceite, as instituições recuaram, pondo em causa as perspectivas de um acordo", notou.

 

Neste sentido, Alexis Tsipras decidiu tomar a decisão de avançar com uma consulta popular às medidas que os credores apresentaram. O referendo está agendado para 5 de Julho. "Quanto maior for a participação e o número de pessoas a votarem ‘não’, mais forte será a nossa posição", disse o primeiro-ministro. "O referendo vai dar-nos um maior poder negocial" junto dos credores.

 

Tsipras está confiante numa vitória do "não", mas diz que implementará o que os gregos decidirem no referendo. Acredita que será encontrada uma solução para o país. E sublinha que a Grécia não sairá da Zona Euro, já que isso teria um "enorme" custo para a união monetária, mas deixa o alerta de que "a Grécia irá sobreviver mesmo sem um programa de ajuda financeira".

Questionado sobre se se vai demitir se o "sim" vencer, Tsipras afirmou não ser "um primeiro-ministro que se mantém no cargo faça chuva ou faça sol"."Vamos respeitar a decisão" do povo grego", acrescentou.

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