A Grécia fez progressos, mas ainda tem um longo caminho pela frente. Foi isto que a chanceler alemã terá transmitido hoje ao seu partido, três dias antes de o Bundestag votar as reformas gregas.

No encontro com os responsáveis do CDU, Angela Merkel pediu para aprovarem o documento que recebeu luz verde da troika e do Eurogrupo esta terça-feira, 24 de Fevereiro.

Mas também garantiu que este é só o primeiro passo, pois as negociações com o Governo de Alexis Tsipras vão continuar. "O trabalho está longe de estar acabado", disse Angela Merkel aos seus deputados, segundo contou à France Presse um deputado do CDU.

Ao longo das últimas quatro semanas, o Governo grego começou gradualmente a aceitar a realidade, sublinhou a chanceler no encontro com os deputados do seu partido em Berlim.

A câmara baixa do parlamento alemão vai votar na sexta-feira a extensão do programa para a Grécia em quatro meses. O Bundestag é controlado na sua maioria pela coligação entre os conservadores do CDU e pelos sociais-democratas do SPD.

O trabalho de bastidores no partido conservador alemão foi partilhado entre Angela Merkel e Wolfgang Schaüble. O ministro das Finanças também se reuniu hoje com deputados conservadores a pedir a aprovação da extensão, avança a Bloomberg.

A moção para aprovar a extensão para a Grécia vai ser apresentada, e defendida, no Bundestag pelo ministro das Finanças de Merkel. Antes da votação, vai ter lugar um debate de 90 minutos.

Além da Alemanha, os procedimentos nacionais de vários Estados-membros obrigam a que os parlamentos aprovem este acordo. O parlamento holandês vai a votos na quinta-feira, enquanto a Finlândia vai abdicar da votação no parlamento para aprovar mais rapidamente o acordo antes do prazo final a 28 de Fevereiro.

O ministro das Finanças holandês, e líder do Eurogrupo, esteve hoje seu no parlamento em Haia para explicar o acordo aos deputados. "Eu penso que a atitude deve ser sempre "vamos continuar a trabalhar em conjunto", mas isso significa que a Grécia vai ter que trabalhar no duro".

Jeroen Dijsselbloem também garantiu aos deputados holandeses que a dívida grega vai ser paga. "Eles têm muito tempo para fazê-lo, mas no final desse longo período tudo vai ter de ser pago de volta".