Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

BCE: Compromissos actuais da Grécia são a "base" para os próximos quatro meses e para acordos futuros

Mario Draghi considera que as medidas para a Grécia aprovadas pelo Eurogrupo são pouco claras. Reserva-se ao direito de avaliar as medidas aprovadas anteriormente que forem substituídas por Atenas. E avisa que as medidas do memorando de entendimento vão ser a base de qualquer acordo futuro.

Reuters
24 de Fevereiro de 2015 às 15:51
  • 1
  • ...

Mario Draghi escreveu a Jeroen Dijsselbloem após o Eurogrupo aprovar as reformas da Grécia. Na missiva, o presidente do Banco Central Europeu (BCE) aponta que o acordo da Grécia serve como ponto de partida, mas sublinha que as reformas apresentadas pelo Governo de Alexis Tsipras são muito vagas.

  

"A nossa impressão inicial é que o documento cobre uma área alargada de reformas e, neste sentido, é suficientemente abrangente para ser um ponto de partida válido para uma conclusão com sucesso da avaliação" do programa de ajustamento, escreveu o presidente do BCE na carta enviada esta terça-feira, 24 de Fevereiro.

 

O banco central, um dos três membros da troika para a Grécia, sublinha compreender que "não foi possível às autoridades elaborar propostas concretas e compromissos que podem ser avaliados pelas instituições [termo que substitui troika] em relação ao crescimento, finanças públicas e estabilidade financeira".

 

O presidente do BCE sublinha que os actuais compromissos são a base, não só para os próximos quatro meses, mas também para o futuro. "Assumo que é claro que a base para concluir a actual avaliação, e também qualquer acordo futuro, vai ser os compromissos existentes no actual" memorando de entendimento.

 

A autoridade monetária aponta que os compromissos na lista de reformas "diferem" dos compromissos dos actuais programas em várias áreas.

 

Por isso, o BCE reserva-se o direito de avaliar "quais as medidas que não são aceites" pelo Governo grego e que vão ser "substituídas por medidas de igual ou melhor qualidade para alcançar os objectivos do programa".

 

Para terminar, Draghi apela ao Governo de Alexis Tsipras para "agir rapidamente para estabilizar" o pagamento dos reembolsos aos seus credores e "abster-se de qualquer acção unilateral que prove o contrário".

 

O BCE foi o último dos membros da troika a reagir à lista de reformas do Governo grego. Primeiro, foi a Comissão Europeia a considerar que as medidas são "um ponto de partida válido". Depois, foi o Fundo Monetário Internacional (FMI) a defender que as reformas ainda são insuficientes para garantir que a Grécia vai continuar a receber financiamento da instituição.

 

Banca grega com falta de liquidez

 

Foi no início de Fevereiro que o Banco Central Europeu anunciou que ia deixar de aceitar a dívida grega como garantia para emprestar dinheiro aos bancos da Zona Euro. A medida afectou principalmente os bancos gregos por serem, precisamente, os que detêm mais dívida helénica na região da moeda única.

 

Dias mais tarde, a autoridade monetária aprovou a abertura de uma linha de liquidez de emergência (programa ELA) para garantir liquidez aos bancos gregos, num momento em que a corrida aos depósitos na Grécia está em alta, devido à incerteza em relação ao futuro económico do país.

 

O BCE aprovou na semana passada a extensão do programa ELA por mais 15 dias, em 3,3 mil milhões de euros, mas este valor foi considerado insuficiente para resolver os problemas de liquidez da banca grega.

 

Ao mesmo tempo, Mario Draghi esteve presente na reunião do Eurogrupo da passada sexta-feira, onde alertou os ministros das Finanças do euro para a actual situação das instituições financeiras helénicas.

 

(Notícia actualizada às 16h00)

Ver comentários
Saber mais Mario Draghi Jeroen Dijsselbloem Eurogrupo BCE Banco Central Europeu grécia
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio