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Macron vai apresentar a “mãe de todas as reformas”
O presidente francês vai apresentar esta quarta-feira aquilo que o ministro das Finanças apelidou de “a mãe de todas as reformas”. O governo prepara-se para aprovar mudanças no código do trabalho, que espera que entrem em vigor em Setembro.
"A mãe de todas as reformas". Foi assim que Bruno Le Maire, ministro das Finanças da França, descreveu a reforma do mercado laboral que vai ser aprovada esta quarta-feira, 28 de Junho, pelo governo do presidente Emmanuel Macron.
O Executivo gaulês prepara-se assim para aprovar mudanças nas linhas gerais do código do trabalho e vai pedir ao parlamento que lhe seja dada autoridade para negociar, durante o Verão, com os sindicatos e com os grupos patronais estas mudanças.
"A reforma do mercado laboral é a mãe de todas as reformas, tanto do ponto de vista económico como do ponto de vista social", disse Le Maire ao Le Figaro, a 24 de Junho, citado pela Bloomberg. "Enquanto o contexto é favorável, não podemos perder um minuto".
A flexibilização do código do trabalho em França foi uma das bandeiras de Emmanuel Macron durante a campanha eleitoral. E, por isso, as negociações, tanto com sindicatos como com patrões, começaram logo a seguir à sua vitória na corrida ao Eliseu. As negociações incidiram sobretudo em três pontos.
O primeiro está relacionado com a introdução de uma limitação ao valor das indemnizações pagas aos trabalhadores por despedimento, bem como, outros custos que as empresas têm de suportar aquando do despedimento de trabalhadores. O segundo está relacionado com a simplificação da representação dos trabalhadores nos conselhos das empresas. E o terceiro está relacionado com quem deve negociar o valor dos salários dos trabalhadores com as entidades patronais.
O objectivo é que esta reforma seja introduzida por decreto, o que evita um prolongado debate na Assembleia Nacional francesa, o que travaria uma implementação rápida das medidas. É que Emmanuel Macron quer que esta reforma entre em vigor já em Setembro, adianta a agência de informação.
"Peço ao presidente para que seja humilde e prudente e não pense que, porque foi eleito e tem uma grande maioria, pode fazer o que quer", disse Philippe Martinez, líder do segundo maior sindicato francês, o CGT, citado pela Bloomberg. Macron apanhou de surpresa "os partidos políticos tradicionais" mas "os sindicatos, incluindo CGT, são um obstáculo que não pode contornar", acrescentou.
Esta pode ser a altura ideal para Emmanuel Macron introduzir reformas. As eleições legislativas deram ao seu partido uma maioria absoluta eMacron beneficia, nesta altura, de um elevado capital político e a economia francesa esta próxima de registar o período mais forte de crescimento económico desde 2010, segundo a mesma fonte.