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Macron: É preciso proteger a Europa de algum investimento estrangeiro

O presidente francês chegou à cimeira de Bruxelas com o apoio da chanceler alemã, mas pequenas economias muito abertas, como Irlanda e Holanda, temem que a UE possa dar um mau sinal no sentido do proteccionismo, comprometendo o crescimento e empregos.

Reuters
22 de Junho de 2017 às 16:59
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O presidente francês, Emmanuel Macron, considera que é possível à União Europeia (UE) continuar a defender a globalização e servir de contrapeso à orientação mais proteccionista da nova Administração norte-americana e, ao mesmo tempo, tomar medidas para proteger consumidores e sectores-chave de concorrência ilícita ou indesejada de países terceiros.

Essa tomada de posição foi repetida nesta quinta-feira, 22 de Junho, em Bruxelas, à chegada à tradicional cimeira europeia de fim de semestre, onde a "gestão da globalização" será um dos temas abordados.


"Queremos que a Europa seja aberta ao livre comércio, aos nossos valores, mas queremos também uma Europa que protege, porque alguns [países] não respeitam as regras", afirmou Macron.

Segundo o que afirmou, as conclusões do encontro vão, pelo menos, mencionar a necessidade de as políticas europeias preverem "um controlo ao investimento directo estrangeiro nalguns sectores específicos" e uma "reciprocidade justa para o acesso a alguns mercados", numa referência provável aos mercados públicos.

Após alguma divergência, a Alemanha está disponível para apoiar o pedido de Macron, que venceu as eleições em França prometendo regular a globalização. "Vamos falar com uma voz comum. Eu quero trabalhar muito de perto com a Alemanha", precisou o presidente francês.

Segundo escreve a Bloomberg, Itália e Espanha também concordam com a possibilidade de a UE impor limites a aquisições por estrangeiros e poder mesmo travar OPA hostis em "sectores-chave"  – categoria onde geralmente se encaixam energia ou banca, e onde têm sido abundantes os investimentos de estatais chinesas, designadamente em Portugal, encontrando-se algumas sob investigação das autoridades de Pequim.

Contudo, Irlanda, Holanda e os países do Báltico têm dúvidas de que a UE deva impor restrições adicionais ao livre comércio, temendo que o efeito seja contraproducente: menos crescimento e empregos.

Macron e Merkel estão também sintonizados quanto à criação de um fundo europeu de defesa - outro dos temas em agenda - e ambos desvalorizaram a discussão em torno da escolha das novas sedes de duas agências europeias que terão de sair de Londres na sequência do 'Brexit'.
 
"A minha prioridade é falar de projectos de fundo, das nossas ambições, não é falar dia e noite de desmantelamento", disse Macron.  Também a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a definição do futuro da Europa "deve ser prioritária" em relação às negociações da saída do Reino Unido da UE.
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