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O que fará Macron com a sua dupla vitória?

Em Portugal, por força da tragédia de Pedrógão Grande, a vitória esmagadora do partido de Emmanuel Macron, o Em Marcha, nas eleições legislativas francesas, passou para um plano secundário.

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Francisco Assis, no Público, diz que Macron é "uma personalidade política em construção". Uma circunstância que, acrescenta o eurodeputado, "nos permite alimentar a expectativa de que o seu lado mais luminoso venha a prevalecer sobre a dimensão menos abonatória".


Na Visão, Ana Navarro Pedro enfatiza que a maioria absoluta se transformou numa espécie de hora da verdade para Emmanuel Macron. "Na hora das escolhas e das decisões, o Presidente será obrigado a sair do conforto da ambiguidade para assumir claramente as reformas do Código do Trabalho que são a sua prioridade. Ora, sair da ambiguidade é sempre um perigo para si mesmo, diz um velho ditado gaulês."

Contudo, os resultados eleitorais reforçam a sua posição. "As eleições presidenciais e legislativas deram legitimidade a Macron. Será mais difícil para os sindicatos oporem-se radicalmente às reformas", afirmou Philippe Waechter , economista-chefe da Natixis Asset Management ao Financial Times. Mas esta vitória tem uma base ainda mais profunda. "A forma como foi capaz de disromper o sistema político é agora evidente e faz as pessoas pensarem que ele poderá também disromper também o ‘status quo’ social e económico", afirmou o historiador Jean Garrigues, também ao FT.

Para Fernando Assis sobra, contudo, uma certeza. "A existência de um Governo que une uma parte significativa do centro-esquerda e do centro-direita em França, apesar de alguns perigos que comporta, tem esse condão inquestionável de reformular alguns dos principais dados em que tem vindo a assentar a vida política europeia." 

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