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Lagarde defende reestruturação da dívida grega

A directora-geral do FMI diz que a solução para a Grécia assenta em dois aspectos: a "reestruturação da dívida", bem como "significativas reformas e consolidação orçamental".

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08 de Julho de 2015 às 22:44
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Christine Lagarde salientou esta noite que a Grécia está claramente numa situação de crise aguda que tem de ser abordada de forma séria. "Continuamos totalmente empenhados em ajudar", afirmou a directora-geral do Fundo Monetário Internacional, num discurso na Brookings Institution, em Washington, citada pela Bloomberg.

A directora-geral do FMI sublinhou ainda que "o FMI tem de seguir as suas regras, não deve distorcer as regras e deve ser sempre imparcial".

Na semana passada, Tsipras referiu várias vezes o facto de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter divulgado no dia 2 de Julho um relatório onde admitia a insustentabilidade da dívida grega [Tsipras diz ter sido preciso convocar um referendo para essa análise ser tornada pública e que durante as negociações nunca o Fundo tinha reconhecido tal facto].


Segundo o líder do Syriza, o relatório do FMI justifica a decisão de Atenas de ter rejeitado o pacote de ajuda proposto pelos credores, uma vez que não contemplava qualquer alívio da dívida.


"Ontem deu-se um acontecimento de grande importância política. O FMI publicou um relatório sobre a economia grega, onde (…) confirma o óbvio: que a dívida grega não é sustentável", afirmou Tsipras no dia 3 de Julho, antes do referendo.


Nessa altura, Tsipras afirmou que a única forma de a dívida helénica ser sustentável seria através de um "haircut" de 30% e de um período de carência de 20 anos. 

 

Já esta semana, o célebre investidor Marc Faber veio dizer que talvez o "haircut" tenha de ascender a 50%.

 

Recorde-se que o organismo liderado por Christine Lagarde sublinhou no seu relatório que a Grécia precisa até 50 mil milhões de euros de financiamento adicional nos próximos três anos e um alívio da dívida em larga escala para dar ao país alguma margem para respirar e conseguir que a sua economia volte a encarrilar.


Com efeito, o FMI considera que as necessidades de financiamento da Grécia ascendem a 50 mil milhões de euros até ao final de 2018, pelo que o país precisa de um empréstimo europeu "de pelo menos 36 mil milhões de euros".

 

Esta manhã, o primeiro-ministro grego disse ao Parlamento Europeu que confiava numa solução para os próximos dias, mas reforçou que qualquer acordo deveria incluir políticas promotoras de crescimento e criação de emprego e o compromisso de uma discussão séria sobre a reestruturação da dívida.

 

No entanto, quando formalizou, pouco depois, o pedido de um terceiro empréstimo à Grécia, o Governo helénico revelou-se mais "suave" no que respeita ao alívio da dívida, não tendo feito referência a perdão nem a um calendário para uma nova renegociação das condições de pagamento.

 

Na carta endereçada ainda durante a manhã ao presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Klaus Regling, o novo ministro grego das Finanças, Euclid Tsakalotos, referiu que era intenção da Grécia  regressar plenamente aos mercados o mais tardar no final dos três anos do novo empréstimo [nos termos da nova proposta que Atenas apresentou] e que se congratulava com "uma oportunidade para explorar medidas que potencialmente possam ser tomadas" para que a dívida que tem com os demais países (dívida "oficial") "se torne sustentável e viável no longo prazo".


(notícia actualizada às 23h01)

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