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Grécia estima encaixar 500 milhões com privatização do porto de Piraeus

O primeiro-ministro helénico, Alexis Tsipras, vai reunir-se com os membros do Executivo para discutir as reformas que estão a ser negociadas com Bruxelas. O Wall Street Journal diz que o Governo prevê encaixar 500 milhões com a privatização do porto de Piraeus.

6 de Março – Tsipras em entrevista à Der Spiegel

“O BCE continua a ter a corda no nosso pescoço. Grécia não quer deixar a Zona Euro porque amo a Europa”.
Bloomberg
29 de Março de 2015 às 16:32
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Na sexta-feira, 27 de Março, o Governo da Grécia fez chegar a Bruxelas uma lista de medidas que garantia um equilíbrio entre as promessas eleitorais do Syriza e os objectivos dos credores, cujo impacto deverá rondar os 3 mil milhões de euros nas receitas.     

 

Ao longo do fim-de-semana foi discutido o plano entregue pelas autoridades helénicas e este domingo as discussões chegam ao Governo. De acordo com a agência de informação grega ANA o Executivo liderado por Alexis Tsipras vai reunir-se este domingo, 29 de Março, no Parlamento pelas 19h locais (17h de Lisboa). O objectivo é discutir as medidas que estão a ser negociadas com Brucelas.

 

Amanhã será a vez de debater as medidas com os deputados, tendo Tsipras pedido ao presidente do Parlamento, Zoe Konstantopoulou que agendasse uma discussão para segunda-feira, 30 de Março, às 20h locais, de acordo com a Bloomberg que cita uma fonte oficial do Governo que não quis ser identificada. 

 

O Wall Street Journal revela ainda que o Governo grego prevê encaixar, pelo menos, 500 milhões de euros com a privatização do porto Piraeus, de acordo com fontes oficiais. As mesmas fontes revelaram que entre as medidas apresentadas a Bruxelas está a concessão de 14 aeroportos regionais.

 

No pacote que prevê conseguir angariar 3,0 mil milhões de euros em receitas este ano, está prevista a venda de licenças de jogo e licenças de transmissão audiovisual, de acordo com o Kathimerini. Outras medidas que estão a ser ponderadas passam pelo aumento da taxa máxima de impostos sobre os rendimentos de 42% para 45% e aumentar as isenções de impostos do actual patamar de cinco mil euros para os 12 mil euros gradualmente em vez de ser automaticamente como defendeu o Syriza na campanha eleitoral, adianta a mesma publicação.

 

Em cima da mesa estará também o aumento do imposto sobre produtos de luxo e um imposto especial no consumo de álcool. Contudo, realça o Kathimerini, qualquer alteração às taxas de IVA só será considerada por Atenas se os credores concluírem que as medidas apresentadas são insuficientes para atingir as poupanças e as receitas pretendidas. 

 

A Bloomberg adianta que o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, afirmou numa entrevista que as negociações com os credores se mantêm e que o Governo apresentou um programa que permitirá a Atenas atingir um excedente primário de 1,5% do produto interno bruto (PIB) este ano. 

 

Após o Conselho Europeu, Tsipras assumiu o compromisso de apresentar "nos próximos dias" uma lista completa de reformas concretas às instituições credoras, Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI, de modo a permitir à Grécia obter fundos dos 7,2 mil milhões de euros ainda pendentes do segundo resgate e que são cruciais perante as dificuldades de liquidez do país que, segundo algumas estimativas, poderá entrar em ruptura financeira no fim da primeira semana de Abril. O prazo final para a entrega da lista é segunda-feira, 31 de Março.

 

Atenas continua assim em negociações para conseguir desbloquear verbas da ajuda financeira, uma vez que, de acordo com algumas fontes, a Grécia está a ficar sem tesouraria para fazer frente a despesas como o pagamento de salários. Na visita a Berlim, a 23 de Março, Tsipras reconheceu que o país está "no curto e médio prazo" confrontado com problemas de liquidez complexos, que disse ter "herdado do anterior governo", mas mostrou-se indignado quando uma jornalista grega lhe perguntou se tinha vindo pedir dinheiro à chanceler alemã. "Não deveria estar à espera que eu viesse à Alemanha pedir dinheiro para pagar salários e pensões na Grécia. Nós sabemos muito bem qual é o quadro institucional da União Europeia".

 

Eurogrupo não deverá reunir-se em breve

 

O Kathimerini revela ainda que uma reunião entre os ministros das Finanças da Zona Euro não deverá acontecer tão cedo, mesmo que haja um acordo sobre as medidas aprovadas por Atenas.

 

Uma fonte europeia disse à publicação grega que o grupo de trabalho que está a negociar ao nível técnico com a Grécia deverá conseguir fechar um acordo esta semana, mas uma reunião do Eurogrupo só deverá ocorrer quando os detalhes estiverem completamente definidos. Além disso, com a Páscoa a ocorrer no próximo domingo, 5 de Abril, na Europa Ocidental perder-se-ão alguns dias. No domingo seguinte, 12 de Abril, comemora-se a páscoa ortodoxa.

 

Por estas razões uma reunião entre os ministros das Finanças da Zona Euro não deverá acontecer tão cedo, salienta a publicação grega. 

 

Este informação foi entretanto também veiculada pelo Wall Street Journal que diz que só em meados de Abril é que o Eurogrupo deverá reunir-se. E uma discussão sobre mais fundos para a Grécia não deverá ocorrer nos próximos meses. 

 

(Notícia actualizada, pela segunda vez, às 19h45 com informação do Wall Street Journal sobre o Eurogrupo) 

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