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Grécia espera receber em breve "mini-empréstimo" do FMI

O Governo de Alexis Tsipras está a contar com a possibilidade de o FMI financiar a Grécia com uma "pequena quantia" durante um ano.

Em Janeiro de 2015, a esquerda radical chega ao berço da Europa, quando o Syriza, liderado pelo jovem Alexis Tsipras vence as eleições legislativas. A Grécia fica à beira da expulsão efectiva do Euro, mas um recuo em toda a linha do governo grego mantém o país na moeda única.
Reuters
20 de Abril de 2017 às 14:31
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) poderá financiar o actual programa de resgate da Grécia com uma "pequena quantia durante um ano", afirmou nesta quinta-feira, 20 de Abril, o porta-voz do Governo de Alexis Tsipras.

Citado pela agência Reuters, Dimitris Tzanakopoulos precisou que a ideia é o FMI co-financiar, junto com os europeus, o último ano do resgate, que termina em Agosto de 2018. O FMI fechou a porta a novos empréstimos à Grécia depois de, no Verão de 2015 sob instruções do então ministro das Finanças Yanis Varoufakis, o país não lhe ter reembolsado cerca de 1,6 mil milhões de euros no prazo previsto. Desde então, o Fundo presta apenas apoio técnico embora admita voltar a financiar o país se concluir que as medidas previstas no programa de ajustamento estão a ser efectivamente aplicadas por Atenas e se os europeus adoptarem novas medidas que permitam diluir mais no tempo o peso da dívida grega, que andará perto dos 180% do PIB.


"O que está em discussão é um pequeno programa de financiamento do FMI, que durará um ano e terminará ao mesmo tempo com o programa do MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade), em Agosto de 2018", disse aos jornalistas, em Atenas. Os chefes da missão da UE e do FMI voltarão a Atenas em 25 de Abril para tentar finalizar um conjunto de reformas que a Grécia aceitou adoptar para convencer o FMI a participar com recursos no seu actual programa de resgate.

Mas é improvável que a revisão do programa, há já longos meses em aberto, seja encerrada antes de 22 de Maio, altura em que ministros das Finanças da Zona Euro voltam a reunir-se em Bruxelas para discutir a questão grega, disse o porta-voz.


A Grécia terá alcançado em 2016 um excedente orçamental primário (sem juros da dívida) quase sete vezes mais elevado do que o fixado como objectivo no programa de ajustamento que acompanha este terceiro resgate internacional ao país. Mas o FMI tem manifestado dúvidas quanto à fiabilidade estes números e também quanto à sua sustentabilidade.


De acordo com um funcionário do Ministério das Finanças não identificado citado pela Bloomberg, a autoridade estatística da Grécia (ELSTAT) anunciará nesta sexta-feira que o excedente primário do ano passado foi de cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados terão de ser posteriormente validados pela autoridade estatística da UE, o Eurostat. Atenas tinha acordado com os credores alcançar um excedente primário de 0,5% do PIB.


O FMI admite porém como provável que pelo menos metade do excedente primário tenha resultado de medidas pontuais e não de reformas estruturais com impacto a longo prazo.

A trajectória orçamental da Grécia, após o fim do resgate, é um dos temas que deverão ser abordados nas Reuniões da Primavera do FMI em Washington, juntamente com medidas de alívio da dívida no médio prazo.

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