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Governo alemão corta estimativas de crescimento para metade e coloca país na cauda do euro

A Alemanha voltou a cortar as estimativas de crescimento para 2019 - desta vez para metade. A confirmar-se a projeção, o motor da Europa deverá ter o pior desempenho entre as economias do euro.

EPA
17 de Abril de 2019 às 11:53
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A Alemanha, o grande motor da Europa, poderá fechar este ano como o país do euro com o mais fraco crescimento económico.

O Governo cortou para metade as projeções de crescimento do PIB para 2019, de 1% para 0,5%, o que, a confirmar-se, marcará a expansão mais fraca da economia germânica dos últimos seis anos.

Além disso, e tendo em conta as projeções da Comissão Europeia para os restantes países da Zona Euro, esta subida do PIB colocará a Alemanha com o crescimento mais fraco da região da moeda única, excluindo apenas Itália, que deverá estagnar.

Esta é a mais recente de uma série de revisões do Governo alemão que, há um ano, antecipava uma subida do PIB de 2,1%. Para 2020, as estimativas apontam para uma aceleração do crescimento para 1,5%.

"O estado atual da economia alemã deve servir com um alerta", avisou o ministro da Economia, Peter Altmaier (na foto), citado pela Bloomberg, chamando a atenção para os riscos do Brexit e das disputas comerciais, que ameaçam agravar ainda mais a desaceleração esperada do crescimento global.

Esses riscos foram precisamente um dos motivos que levaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) a cortar, na semana passada, as estimativas de crescimento para a Zona Euro, para 1,3%, o que compara com a previsão de 1,9% em outubro do ano passado.  

"A Zona Euro travou mais do que o esperado devido a uma combinação de fatores que pesou na atividade [económica] nos países, incluindo o enfraquecimento do sentimento dos consumidores e das empresas; os atrasos associados com o novo sistema de emissões nos veículos diesel na Alemanha; a incerteza da política orçamental, o aumento dos juros soberanos e o abrandamento do investimento em Itália; e os protestos nas ruas que criaram disrupção nas vendas do retalho e pesaram na despesa de consumo em França", resumiu o Fundo Monetário Internacional. 

Tal como já antecipava a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, 2019 deverá ser o pior ano desde 2014, o primeiro ano da recuperação económica depois da crise das dívidas soberanas.
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