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Economia alemã dá mais sinais negativos: Encomendas às fábricas afundam em fevereiro
A maior economia europeia continua a dar sinais de travagem forte no arranque do ano.
As encomendas às fábricas alemãs afundaram 4,2% em fevereiro face ao mês anterior, num desempenho bem inferior ao estimado pelos economistas, que até apontavam para um aumento (+0,3%). A descida em cadeia é a maior em dois anos e, segundo a Bloomberg, a queda em termos homólogos é a mas forte da década.
Esta queda evidencia que a maior economia europeia está a registar um forte abrandamento no primeiro trimestre, penalizada sobretudo pelo desempenho negativo do setor industrial, que é dos mais dependentes das exportações, do investimento e da procura global.
A leitura de janeiro foi revista em alta, mas ainda assim aponta para uma descida de 2,1%. Estes dados foram revelados pelo ministério da economia alemão, que constata que "o setor manufatureiro vai continuar deprimido nos próximos meses, sobretudo devido à fraca procura externa.
"As quedas mais fortes foram as oriundas de fora da Zona Euro. O que sugere que a produção industrial voltou a recuar no primeiro trimestre – apesar da produção automóvel ter recuperado – o que aumenta o risco de uma queda real no PIB", referem os economistas do Commerzbank, que concluem que o setor industrial da Alemanha "está com fortes problemas".
As encomendas às fábricas na Alemanha são olhadas com bastante atenção pelos investidores uma vez que funcionam como indicador avançado da maior economia europeia, dado o forte peso da indústria e as indicações que fornece sobre o desempenho futuro deste setor.
O receio dos economistas, como constata a Bloomberg, é que a travagem forte do setor industrial contagie outras atividades e penalize a confiança dos agentes económicos e as perspetivas para a região.
No mês passado a OCDE reviu em forte baixa a sua perspetiva para o PIB alemão este ano, antecipando um crescimento de apenas 0,7% este ano.