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Economia italiana estagna com travagem da Alemanha, alerta ministro das Finanças
O abrandamento do crescimento económico da Alemanha tem várias repercussões. O ministro das Finanças italiano já deixou claro que esta travagem vai levar Roma a uma estagnação, o que não deixa margem para medidas expansionistas.
A travagem da maior economia europeia terá impacto e não apenas dentro de portas. Itália já assumiu que as previsões recentes de maior abrandamento do ritmo de expansão da Alemanha deixam Roma condenada a uma estagnação.
"Itália cresceu nos últimos 10 anos cerca de 1% menos do que os seus pares europeus, e vamos crescer zero com a Alemanha a crescer entre 0,7% e 0,8%" este ano, afirmou o ministro das Finanças italiano, Giovanni Tria, este domingo, citado pela Bloomberg.
As previsões de inverno da Comissão Europeia, publicadas em fevereiro, apontam para que Berlim cresça este ano 1,1%, já para Itália a estimativa de Bruxelas aponta para um crescimento de apenas 0,2%. Contudo, os últimos indicadores económicos sugerem que a o abrandamento económico possa ser maior.
Neste contexto, "seria absurdo implementar medidas restritivas", afirmou o ministro das Finanças italiano, que também garantiu que "de certeza não temos espaço para quaisquer medidas expansionistas".
A dívida de Itália representa 132,1% do produto interno bruto (PIB) do país, o segundo valor mais elevado, só superado pela Grécia.
E o contexto económico não parece favorável. Itália entrou em recessão económica no final do ano passado, numa altura em que se comprometeu com Bruxelas reduzir o défice orçamental, depois de um período tenso entre Roma e a Comissão Europeia. De recordar que o governo de coligação entre o Movimento 5 Estrelas e a Liga apresentou previsões mais otimistas para o crescimento da economia – sustentadas nas medidas económicas que ajudariam a impulsionar o PIB, segundo o Executivo – e um défice mais elevado. Entretanto, o braço-de-ferro entre Bruxelas e Roma acabou por ditar uma descida das previsões de Itália.
As palavras de Tria surgem cerca de um mês depois da Comissão ter alertado Itália para o facto de ter uma dívida muito elevada, o que, conjugado com um crescimento económico reduzido, representa um risco para os outros países da União Europeia.
Giovanni Tria afirmou ainda que o sistema bancário italiano está sólido, ao contrário do alemão, que tem problemas a resolver no que respeita aos ativos tóxicos da banca, segundo a Ansa, citada pela Bloomberg.