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Institutos alemães cortam para menos de metade previsão de crescimento para 2019
Cinco institutos alemães concordam que a economia vai desacelerar ainda mais do que o previsto anteriormente. A confirmar-se será o crescimento mais baixo desde 2013, mas a probabilidade de haver uma recessão é "baixa".
A economia-motor da Zona Euro vai travar ainda mais do que o previsto, segundo o consenso dos cinco principais institutos alemães que fazem previsões para o crescimento do PIB. Face à estimativa de setembro (1,9%) do ano passado, a previsão é cortada para menos de metade: a economia alemã deverá crescer 0,8% em 2019, o ritmo mais baixo desde 2013.
As previsões conjuntas das cinco instituições, onde se inclui o instituto Ifo, foram apresentadas esta quinta-feira, 4 de abril, em Berlim, e revelam que a maior economia do euro vai travar mais por causa da procura externa: "No início de 2019 a economia internacional está a passar por uma fase de fraqueza".
Os instituto exemplificam: a Alemanha seria um dos países a sentir as primeiras ondas de choque caso a disputa comercial entre os EUA e a China se intensifique ou caso o Reino Unido abandone a União Europeia sem acordo, causando uma disrupção económica a vários níveis. Os norte-americanos e os britânicos são dois dos parceiros comerciais mais importantes da economia alemã.
Os dados divulgados até ao momentos têm sido maioritariamente negativos para a Alemanha. Ainda hoje a leitura das encomendas às fábricas alemãs mostrou uma queda de 4,2% em fevereiro face ao mês anterior, num desempenho bem inferior ao estimado pelos economistas.
Contudo, também há uma boa notícia. Tal como antecipam as principais instituições internacionais, 2020 não será um ano de ainda maior desaceleração. Pelo contrário: o próximo ano deverá ser marcado por um novo ânimo no crescimento mundial, incluindo na Alemanha.
Os cinco institutos antecipam um crescimento de 1,8% em 2020, o que a concretizar-se ficará acima dos 1,4% registados em 2018. No ano passado, a economia alemã escapou por pouco a uma recessão no final do ano.
Segundo as previsões conjuntas, o número de postos de trabalho deverá continuar a aumentar tanto em 2019 como em 2020, contribuindo para a queda da taxa de desemprego e para a subida dos salários (3,3% em 2019).
O excedente orçamental vai baixar, mas continuará na casa dos 1% do PIB. A balança corrente - onde se inclui a balança comercial - deverá diminuir para a casa dos 6% do PIB.