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Europa pessimista sobre Eurogrupo avisa que ainda está "longe de um acordo" com a Grécia
Vários líderes europeus avisam que vai ser difícil chegar a acordo com Atenas, nas condições pretendidas pelo Governo grego. Para qualquer medida que pretendam eliminar, o Executivo de Alexis Tsipras tem de encontrar uma com igual peso orçamental.
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Começou a contagem decrescente para o Eurogrupo da próxima semana que vai ter em cima da mesa o futuro da Grécia. Os parceiros europeus e o Governo de Tsipras começaram a reunir-se hoje para definir quais as "linhas vermelhas" de cada lado, isto é, quais os pontos de que não pretendem abdicar.
Mas se da Grécia chegaram sinais optimistas sobre as negociações - com Atenas a dizer que "vai fazer o que for preciso para chegar a acordo" -, os parceiros europeus mostraram hoje algum pessimismo. Ao mesmo tempo, a Europa lançou novo aviso para Atenas: os compromissos são para manter.
"Estamos longe de um acordo, estamos longe do que se pode chamar de compromisso político. Estamos longe do que se pode chamar de compromisso político", disse o presidente da Comissão Europeia esta sexta-feira, 13 de Fevereiro, em entrevista ao canal France 24, citado pela Bloomberg.
Já o presidente do Eurogrupo veio a público declarar hoje que está "muito pessimista" sobre o alcançar de um acordo para a Grécia no Eurogrupo.
Por seu turno, o primeiro-ministro holandês qualificou o actual impasse como "muito complicado". Mark Rutte considera mesmo que vai ser difícil chegar a acordo com a Grécia no Eurogrupo.
"As diferenças para com os gregos são bastante grandes. As medidas podem ser substituídas por outras medidas desde que o resultado seja o mesmo", afirmou hoje.
Outra voz de Bruxelas alertou que há ainda um longo caminho a percorrer para um acordo. "É um encontro que vai ser difícil, é um encontro que vai ser decisivo. Temos de chegar a acordo", disse hoje Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros em entrevista à rádio francesa Europeu 1.
Também Jean-Claude Juncker sublinhou que é imperativo que o Executivo de Alexis Tsipras encontre medidas substitutivas para o seu plano.
"Dada a necessidade que eles têm para revisitar um certo número de elementos desse programa (...) as medidas que o Governo grego quer retirar têm de ser substituídas por outras medidas que levam a igual valor orçamental", declarou.
Para Jeroen Dijsselbloem "a Grécia quer muito, mas tem pouco dinheiro para fazê-lo. Isso é realmente um problema para os gregos", sublinhou o líder do Eurogrupo.
Mark Rutte alertou para a necessidade de Atenas cumprir o prometido. "Existe um programa e os gregos têm de viver de acordo com isso".
A Comissão Europeia defende que a solução passa por extender o actual programa para a Grécia. "Pensamos realmente que a Grécia precisa de um programa e eles têm um programa. A Grécia deveria pedir um prolongamento do programa", disse Jean-Claude Juncker.
Foi na quinta-feira que o Eurogrupo e a Grécia anunciaram que vão começar a "trabalhar na avaliação técnica do que há de comum entre o actual programa e os planos do Governo grego".
Esta avaliação antecede a reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro que vai ter lugar na segunda-feira. Durante estes encontros de nível técnico, o Governo grego vai apresentar as suas propostas de reformas, propostas a nível orçamental e para travar a "crise humanitária" no país, disse hoje um porta-voz do Executivo de Alexis Tsipras.
No entanto, Gabriel Sakellaridis avisou que Atenas não vai adoptar medidas que ofendam a "soberania da nação e do povo" grego.