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Eurogrupo suspenso até amanhã e Tsipras encontra-se esta noite com credores

O Eurogrupo foi suspenso, de acordo com a informação divulgada pelo ministro das Finanças da Finlândia. Entretanto, o primeiro-ministro grego e os credores encontram-se esta noite às 22 horas.

Reuters
24 de Junho de 2015 às 20:05
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As expectativas apontavam para que as discussões fossem longas esta quarta-feira. Mas afinal o encontro do Eurogrupo de hoje durou apenas cerca de uma hora. Foi suspenso e os ministros das Finanças do euro voltam a encontrar-se amanhã às 12 horas de Lisboa.

A notícia surgiu, em primeiro lugar, através de um Twitter de Alexander Stubb, ministro das Finanças da Finlândia. Entretanto, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, também já confirmou a suspensão da reunião. E salientou que "infelizmente um acordo entre a Grécia e os credores ainda não foi alcançado". "Estamos determinados a continuar o trabalho durante a noite se necessário", acrescentou em declarações aos jornalistas à saída do encontro. 

O ministro das Finanças da Finlândia, Alexander Stubb, por sua vez, assinalou aos jornalistas que amanhã, quando os ministros voltarem a reunir-se, "esperam ter uma proposta concreta". "É sempre importante manter o processo em andamento por razões políticas  mas também - para ser honesto - para mostrar ao resto do mundo que estamos seriamente a tentar alcançar um acordo", acrescentou, citado pela Bloomberg. Stubb não esconde "que o tempo está a esgotar-se" e assume que "nada nos foi dado, é uma negociação entre as instuições e o Governo grego". 

À entrada para o Eurogrupo, o ministro finlândes referiu que "ficaria positivamente surpreendido se houvesse" um acordo hoje. E destacou que têm existido muitos avanços e recuos "ao nível técnico e ao nível político e ainda não vimos uma proposta concreta".

Por sua vez, Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos, no final do encontro defendeu que um acordo ainda é possível e que as instituições credoras têm "uma posição comum", segundo a Bloomberg.

Entretanto, o primeiro-ministro grego e os seus credores encontram-se esta noite, às 22 horas de Lisboa, para debater a situação da Grécia, que persiste num impasse devido às divergências sobre as reformas a aplicar pelo país. O encontro de Tsipras com os credores esta noite não é o primeiro do dia. Já ao início da tarde os dois responsáveis estiveram reunidos. Pouco depois, e durante perto de cinco horas, segundo a Bloomberg, o primeiro-ministro grego encontrou-se com os responsáveis máximos das instituições credoras da Grécia, antes do Eurogrupo. O objectivo era limar as divergências relativas às últimas propostas de Atenas para que fosse possível que os ministros das Finanças da Zona Euro dessem a sua aprovação.

À entrada para o Eurogrupo, os ministros das Finanças que aceitaram falar aos jornalistas mostraram reservas em relação a que um acordo entre a Grécia e os credores fosse alcançado esta quarta-feira. 


Depois de na segunda-feira, 22 de Junho, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, ter dito que a proposta apresentada pelo Governo grego era "um passo na direcção correcta", esta manhã, o primeiro-ministro Alexis Tsipras alertou que os credores rejeitaram as propostas apresentadas por Atenas na segunda-feira. O Wall Street Journal cita um documento elaborado pelos credores onde é detalhado o que está a causar o afastamento entre as duas partes.

De acordo com o jornal norte-americano, os credores não aceitam um aumento tão acentuado no IRC. O Governo pretende subir a taxa de 26% para 29%, encaixando 410 milhões de euros em 2016. Contudo, os credores querem um aumento mais suave, para 28%.

Os credores estarão também contra a introdução de uma taxa especial de 12% nos lucros das empresas acima de 500 mil euros. Uma medida que Atenas prevê que possa gerar um encaixe de 1.350 milhões de euros.


Também na reforma do IVA existem ainda diferenças substanciais. De acordo com o documento citado pelo WSJ, os credores insistem em medidas que representem um aumento de receita equivalente a 1% (a proposta grega atinge 0,74%), exigindo por isso que mais produtos e serviços (como a restauração) passem para a taxa máxima de 23%.

 

(Notícia actualizada pela última vez às 21h11)

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