O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, admitiu esta sexta-feira, 3 de Julho, que a vitória do "não" no referendo de domingo poderá piorar a situação dos bancos gregos.

O político português avisou que o veredicto do povo é "relevante" para as decisões do BCE sobre a liquidez concedida aos bancos do país porque "afecta a probabilidade de um acordo" a nível político.

"Temos de avaliar a possibilidade de um acordo entre a Grécia e os credores", explicou Constâncio. "Isso terá de ser incluído na nossa análise sobre a situação dos bancos gregos".

No entanto, o vice-presidente do BCE não quis fazer previsões sobre a decisão que o BCE vai tomar sobre o programa ELA, a linha de liquidez de emergência que tem mantido os bancos helénicos à tona da água. "Não vou tentar adivinhar o resultado das decisões do Conselho de Governadores", afirmou.

Esta quarta-feira, o BCE decidiu manter aberta a linha de emergência para a banca grega, com o tecto nos 89 mil milhões de euros.

Esta linha de emergência tem sido a salvaguarda dos bancos helénicos para conseguirem dinheiro numa altura em que os gregos têm reforçado os levantamentos dos seus depósitos. E foi por isso que no fim-de-semana a Grécia decidiu estabelecer limites à movimentação de capitais, encerrando os balcões até 7 de Julho.

Este domingo, 5 de Julho, realiza-se o referendo que levará os gregos a decidirem se querem ou não que o Governo aceite as condições dos credores e assine um acordo.