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Donald Tusk: "Este é o momento mais crítico da história da UE e da Zona Euro"

Terminada a cimeira de líderes da Zona Euro, Jean-Claude Juncker garantiu que a Comissão Europeia tem “o cenário de ‘Grexit’ preparado em detalhe”. Já Donald Tusk avisou que desta vez é definitivo: data limite para acordo com a Grécia é até ao final desta semana.

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Ainda há margem para se chegar a um acordo com a Grécia. Mas o tempo escasseia e a data limite para um acordo entre Atenas e os credores termina no final desta semana. No domingo há Conselho Europeu extraordinário. E a Comissão Europeia está completamente preparada para uma saída grega do euro. 

São estas as principais conclusões da cimeira dos líderes dos Estados-membros da Zona Euro que, no final, avisaram a Grécia: se não houver acordo até domingo, a Europa está preparada para a saída grega da moeda única. Na conferência de imprensa que culminou o encontro desta terça-feira, 7 de Julho, num tom visivelmente agastado, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, assumiu o que até hoje nunca tinha sido claramente afirmado: "A Comissão está preparada para tudo. Temos o cenário de 'Grexit' preparado em detalhe".

 

E apesar de se mostrar "profundamente contra o 'Grexit'", Juncker admitiu que não pode evitá-lo". E prosseguiu dizendo que independentemente de haver ou não acordo, a União Europeia não deixará de prestar auxílio ao povo grego e, desse modo, revelou que a Comissão também tem "preparado o cenário de ajuda humanitária para a Grécia".

Este dirigente europeu garantiu ser "totalmente a favor da permanência da Grécia na Zona Euro", mas lamenta o que parece ter sido outra oportunidade perdida, dado que, esta terça-feira, as autoridades gregas não apresentaram nenhuma proposta, ao contrário do que era aguardado pelos parceiros europeus da Grécia.

"O governo grego não foi capaz de nos dizer hoje aquilo que quer", lamentou Juncker que adiou para Outubro a possibilidade de discutir a dívida pública grega que, entretanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) sustentou ser inviável e que cinco dos sete partidos gregos com assento parlamentar consideram ser uma prioridade para as negociações hoje retomadas. 

Num tom menos crispado, Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, começou por anunciar que os líderes dos Estados-membros do euro irão aguardar pela apresentação, "em detalhe", das propostas gregas. E reconheceu que se não forem encontrados consensos, chegará o fim das negociações e suas consequências. Tusk apontou a bancarrota da Grécia e o colapso do seu sistema financeiro como resultado imediato de um hipotético ponto final nas conservações sem um acordo final. 

"Não tenho dúvidas que a ausência de acordo vai afectar toda a Europa. Quem pensar o contrário é ingénuo", acrescentou o ex-primeiro-ministro polaco. Mas também Tusk denotou alguma exasperação pelo arrastar das negociações com Atenas desde o passado mês de Fevereiro. Sublinhando ter sempre evitado falar em datas limite que se têm revelado provisórias, Donal Tusk proclamou, "alto e bom som, que a data limite definitiva é o final desta semana".

Também por isso, a reunião do próximo domingo, contrariamente à desta terça-feira em que apenas participaram os líderes dos países do

Não tenho dúvidas que a ausência de acordo vai afectar toda a Europa. Quem pensar o contrário é ingénuo.
Donald Tusk
Presidente do Conselho Europeu

euro, contará com os chefes de Estados dos 28 membros da União Europeia. Porque a situação "é muito crítica e, infelizmente, não podemos excluir o cenário negro" que se seguirá à não chegada a consenso com o governo helénico.  

Até porque na raiz da convocação de um Conselho Europeu extraordinário para o próximo domingo, explicou Donald Tusk, está a necessidade de "discutir as consequências para toda a UE, e não apenas para a Zona Euro", que decorrerão da concretização do cenário até aqui sempre rejeitado e que passa pela saída da Grécia do bloco do euro.

 

Já depois de anunciar que o Conselho Europeu extraordinário decorrerá após a conclusão de nova cimeira de líderes dos países do euro, também Juncker considerou ser "injusto" excluir de um debate tão importante e de repercussões significativas os estados que não pertencem à moeda única.

 

"Este é o momento mais crítico da história da UE e da Zona Euro", resumiu o líder do Conselho Europeu reforçando o tom grave em que decorreu a conferência de imprensa.  

 

O ponto final desta conferência de imprensa conjunta coube ao luxemburguês Juncker. O antigo primeiro-ministro do Luxemburgo aproveitou para responder às críticas do agora ex-ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, que no último sábado acusou as instituições credoras da Grécia de estarem a fazer "terrorismo" com o seu país.

 

"Quem são eles e quem pensam que sou", perguntou Juncker, dirigindo-se claramente a Varoufakis, para de seguida vincar que não gosta da palavra "terrorista".

 

(Notícia actualizada pela última vez às 23h00)

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