Notícia
Afinal o excedente orçamental alemão é ainda maior
O "INE" alemão atualizou o método de cálculo de algumas estatísticas e o resultado final foi um ainda maior excedente orçamental do Governo federal.
Em 2019, todos os gabinetes de estatística da União Europeia terão de fazer uma ampla atualização dos seus cálculos. Em Portugal, o INE fará em setembro. Na Alemanha, a atualização foi feita ontem e trouxe uma novidade: o excedente orçamental do Governo federal foi e é ainda maior do que se calculava anteriormente.
O "culpado" do excedente ser ainda maior é dos telemóveis. O "INE" alemão mudou a forma de contabilizar as receitas das licenças das operadoras de telecomunicações, seguindo as recomendações do Eurostat. Em vez de serem contabilizadas logo no ano do leilão, as receitas passaram a ser distribuídas pelos anos de duração do contrato.
De acordo com esta nova série estatística, a Alemanha começou logo a registar excedentes orçamentais em 2012 (anteriormente 2014), um dos piores anos da crise europeia das dívidas soberanas. Desde então, o excedente cresceu sempre até superar os 60 mil milhões de euros em 2018, como mostra o gráfico. No ano passado, a Alemanha registou um excedente de 1,7%, mas com esta nova metodologia o saldo passa a ser 1,9% do PIB alemão.
Em 2019, o excedente orçamental do primeiro semestre já vai nos 45,3 mil milhões de euros, o que equivale a 2,7% do PIB. As receitas das licenças de telecomunicações corresponderam a 1,1 mil milhões de euros nesse período.
A notícia foi avançada pela Bloomberg com base nos dados publicados esta terça-feira, 27 de agosto, pelo gabinete de estatísticas alemão. Segundo o comunicado, as variações do PIB nos últimos anos não sofreram alterações significativas, com a exceção de alguns trimestres. No entanto, a tendência global manteve-se.
Este é mais um dado sobre o estado saudável das finanças públicas alemãs numa altura em que a sua economia está prestes a entrar em recessão. No segundo trimestre, o PIB alemão contraiu 0,1% em cadeia e os dados avançados do terceiro trimestre não mostram uma inversão dessa trajetória. Caso contraía no terceiro trimestre, a Alemanha entrará oficialmente em recessão técnica (dois trimestre consecutivos de contração).
O risco de recessão na maior economia do euro despoletou pedidos de vários quadrantes (empresários e políticos) para que o Governo federal, liderado por Angela Merkel, aligeire a consolidação das contas públicas para que seja possível introduzir um estímulo na economia de forma a contrariar a desaceleração. Essa hipótese já foi admitida por Olaf Scholz, ministro das Finanças alemão, mas com reservas, argumentando que ainda não é necessário.
Na semana passada, ao Negócios, fonte oficial do Ministério das Finanças da Alemanha recusou comentar "questões hipotéticas", sublinhando que "não há ainda qualquer recessão, nem nenhuma crise económica na Alemanha".
O "culpado" do excedente ser ainda maior é dos telemóveis. O "INE" alemão mudou a forma de contabilizar as receitas das licenças das operadoras de telecomunicações, seguindo as recomendações do Eurostat. Em vez de serem contabilizadas logo no ano do leilão, as receitas passaram a ser distribuídas pelos anos de duração do contrato.
Em 2019, o excedente orçamental do primeiro semestre já vai nos 45,3 mil milhões de euros, o que equivale a 2,7% do PIB. As receitas das licenças de telecomunicações corresponderam a 1,1 mil milhões de euros nesse período.
A notícia foi avançada pela Bloomberg com base nos dados publicados esta terça-feira, 27 de agosto, pelo gabinete de estatísticas alemão. Segundo o comunicado, as variações do PIB nos últimos anos não sofreram alterações significativas, com a exceção de alguns trimestres. No entanto, a tendência global manteve-se.
Este é mais um dado sobre o estado saudável das finanças públicas alemãs numa altura em que a sua economia está prestes a entrar em recessão. No segundo trimestre, o PIB alemão contraiu 0,1% em cadeia e os dados avançados do terceiro trimestre não mostram uma inversão dessa trajetória. Caso contraía no terceiro trimestre, a Alemanha entrará oficialmente em recessão técnica (dois trimestre consecutivos de contração).
O risco de recessão na maior economia do euro despoletou pedidos de vários quadrantes (empresários e políticos) para que o Governo federal, liderado por Angela Merkel, aligeire a consolidação das contas públicas para que seja possível introduzir um estímulo na economia de forma a contrariar a desaceleração. Essa hipótese já foi admitida por Olaf Scholz, ministro das Finanças alemão, mas com reservas, argumentando que ainda não é necessário.
Na semana passada, ao Negócios, fonte oficial do Ministério das Finanças da Alemanha recusou comentar "questões hipotéticas", sublinhando que "não há ainda qualquer recessão, nem nenhuma crise económica na Alemanha".
A opção passará por um endividamento extraordinário de 50 mil milhões de euros, semelhante à fórmula usada na resposta à crise financeira anterior. Contudo, agora esse montante representa menos face ao tamanho da economia alemã, o que coloca dúvidas sobre a sua eficácia. Além disso, há quem argumente que a Alemanha deve aproveitar o ambiente de juros extraordinariamente baixos para financiar investimento público e realizar reformas no país.
Toda a dívida alemã com maturidade até 30 anos passou recentemente a negociar no mercado secundário com juros negativos. Em teoria, isso significa que no final da maturidade quem emprestou recebe um valor inferior ao emprestado, ou seja, a Alemanha receberá para que lhe emprestem em vez de pagar. Ainda na semana passada o Governo federal conseguiu financiar-se a 30 anos no mercado primário a juros negativos.
Toda a dívida alemã com maturidade até 30 anos passou recentemente a negociar no mercado secundário com juros negativos. Em teoria, isso significa que no final da maturidade quem emprestou recebe um valor inferior ao emprestado, ou seja, a Alemanha receberá para que lhe emprestem em vez de pagar. Ainda na semana passada o Governo federal conseguiu financiar-se a 30 anos no mercado primário a juros negativos.