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Exportações na Alemanha com maior queda em 6 anos e abrem a porta à recessão

Um novo colapso nas exportações na maior economia da Zona Euro aumenta os receios de um cenário de recessão no terceiro trimestre de 2019. Depois de o PIB ter caído 0,1 nos primeiros três meses do ano, as estimativas apontam para nova queda.

27 de Agosto de 2019 às 10:25
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As exportações na Alemanha caíram 1,3% entre abril e junho deste ano, a maior queda em seis anos, precipitada pela guerra comercial hostil entre a China e os EUA, que dura há mais de um ano e que tem provocado um abrandamento económico a nível global.

Os dados foram revelados esta terça-feira, 27 de agosto, pelo instituto de estatísticas alemão, citado pela Bloomberg, que confirma a contração da economia no segundo trimestre do ano. 

Depois de ter visto o seu produto interno bruto (PIB) cair 0,1% entre abril e junho deste ano, a economia germânica pode estar a caminho de uma recessão técnica, numa altura em que os economistas do Bundesbank, o banco central do país, prevêem uma quebra da economia idêntica no terceiro trimestre.

O setor automóvel, o grande motor da economia alemã, tem sentido dificuldades com a prolongada guerra comercial entre os EUA e os seus parceiros em todo o mundo, como é o caso da União Europeia.

No início do mês, Donald Trump ameaçou as fabricantes automóveis com imposição de mais tarifas e disse que a União Europeia era "pior do que a China". A chanceler Merkel, num tom apaziguador, disse que queria que o bloco começasse a negociar com os EUA.  

Trump deu à União Europeia até novembro para chegarem a um acordo que limite as exportações de carros ou partes de automóveis para os EUA. No total, 0,4% da atividade económica na Zona Euro está relacionada com as exportações de automóveis e derivados para os EUA, com a Alemanha a encabeçar a lista de exportadores.

Com a confiança dos consumidores e alguns alertas de preocupações vindos das maiores empresas do país, a saúde da economia germânica já viveu melhores dias, pressionando Angela Merkel para abrir a porta a estímulos económicos.  

Tanto Merkel como o ministro das Finanças, Olaf Scholz, já admitiram recorrer a um pacote de estímulos para contrariar um cenário de recessão e a Alemanha pode mesmo repetir a fórmula usada na resposta à crise de 2008-09, outra vez através de um investimento extraordinário de 50 mil milhões de euros.

Desde a reunificação da Alemanha, em 1990, – altura em que o território da antiga República Democrática da Alemanha foi anexado à República Federal da Alemanha – o país apenas precisou de uma injeção de dinheiro, na altura da crise que rebentou na primeira década deste século.

Agora, o receio da recessão parece estar mais perto de se confirmar e o Governo pode estar em vias de inverter a sua política orçamental e recorrer novamente a estímulos para apoiar uma economia em queda.
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