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Economia irlandesa contraria expectativas dos economistas e contrai 2,3% no quarto trimestre

Em vez do crescimento de 1%, o produto interno bruto da Irlanda deslizou 2,3% nos últimos três meses do ano passado. O PIB contraiu 0,3% em 2013, o último ano da troika em Dublin. A justificação para a surpresa negativa é atribuída ao sector farmacêutico.

Reuters
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 13 de Março de 2014 às 13:10

No dia em que conseguiu um regresso aos mercados com custos mínimos, a Irlanda é notícia, também, pela contracção da sua economia no quarto trimestre do ano passado, que contraria totalmente as expectativas dos economistas.

 

O produto interno bruto irlandês recuou 2,3% entre Outubro e Dezembro de 2013 em relação aos três meses anteriores, segundo publicou esta quinta-feira, 13 de Março, o gabinete de estatísticas da Irlanda.

 

As estimativas preliminares, ainda sujeitas a revisão, são completamente contrárias às previsões dos economistas consultados pela agência Bloomberg, que apontavam para um crescimento de 1% do PIB da nação europeia.

 

Em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a contracção foi de 0,7%, quando se estimava uma expansão de 2,5%, segundo a Bloomberg.

 

A queda no quarto trimestre é atribuída às farmacêuticas. Segundo a irlandesa RTE e a agência Dow Jones, expiraram patentes de várias grandes empresas do sector farmacêutico do país, o que se reflectiu no PIB, devido ao impacto nas exportações.

 

Com esta evolução nos últimos meses de 2013, não houve um crescimento anual. No ano passado, o tigre celta contraiu 0,3%, quando comparado com o ano anterior. Analisando apenas o produto nacional bruto (que engloba a economia produzida por irlandeses fora do país), o desempenho anual é positivo. "Pelo segundo ano consecutivo, o PNB apresentou um aumento face ao ano anterior, a uma taxa de 3,4% em 2013 em relação a 2012", assinala a nota do serviço de estatística, que acrescenta que esse comportamento "está em linha com o recente crescimento no emprego".

 

Tal como Lisboa, Dublin também tem de crescer para reduzir a dívida acumulada, depois de três anos em que esteve a ser financiado pelo dinheiro da troika (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu). O programa terminou no final do ano passado e a Irlanda está, neste momento, a financiar-se sozinha, sem qualquer tipo de rede de segurança.

 

Apesar da surpresa negativa no crescimento do quarto trimestre, a Irlanda verificou hoje um movimento positivo no mercado de dívida. O tesouro conseguiu colocar mil milhões de euros em investidores pagando uma taxa de juro implícita de 2,967%, a mais baixa desde a era da troika. O país conseguiu, consolidar, assim um regresso aos mercados com a primeira emissão de obrigações sem o abrigo da troika e sem a ajuda dos bancos. 

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