Notícia
Pedro Nuno critica posição do presidente da AR e defende combate ao discurso xenófobo
"O discurso xenófobo deve ser combatido, deve ser denunciado, não deve ser facilitado, não deve ser promovido, não deve ser estimulado", defende o secretário-geral do PS. Em causa afirmações de André Ventura no Parlamento.
18 de Maio de 2024 às 13:25
O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, manifestou este sábado "muita preocupação" com a posição assumida pelo presidente da Assembleia da República (AR), José Aguiar-Branco (PSD), quanto ao que considera ser "um discurso xenófobo" do líder do Chega.
"Temos de combater o discurso de ódio, de discriminação, o discurso de xenofobia, que foi aquilo a que assistimos na casa da democracia: um discurso xenófobo", declarou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas à chegada a uma ação de campanha eleitoral no Funchal, na ilha da Madeira, com os cabeça de lista do partido às eleições regionais de 26 de maio e europeias de 09 de junho, Paulo Cafôfo e Marta Temido, respetivamente.
Na sexta-feira, no parlamento, o líder do Chega, André Ventura, protagonizou um incidente ao questionar os 10 anos previstos para a construção do novo aeroporto, ao afirmar: "Podemos ser muito melhores que os turcos, que os chineses, que os albaneses, vamos ter um aeroporto em cinco anos".
"O aeroporto de Istambul foi construído e operacionalizado em cinco anos, os turcos não são propriamente conhecidos por ser o povo mais trabalhador do mundo", tinha começado por dizer Ventura, sob protestos de várias bancadas, com Aguiar-Branco a pedir para o deixarem continuar a sua intervenção porque "o deputado tem liberdade de expressão para se exprimir".
Na perspetiva do secretário-geral do PS, "o discurso xenófobo deve ser combatido, deve ser denunciado, não deve ser facilitado, não deve ser promovido, não deve ser estimulado".
"O PSD convenceu-se de que deixando o Chega usar do discurso xenófobo, racista, consegue anular ou não dar atenção mediática ao Chega. Ao discurso racista, ao discurso xenófobo, nós temos de dar combate, combate diário", defendeu Pedro Nuno Santos.
Questionado sobre a possibilidade de se levantar a imunidade parlamentar a André Ventura e se avançar como processo judicial, uma vez que o racismo é crime em Portugal, o socialista defendeu "uma reflexão profunda" sobre o combate ao racismo e à xenofobia por parte da Assembleia da República e do presidente deste órgão legislativo, Aguiar-Branco, que por ser a segunda figura de representação do Estado português tem "uma responsabilidade maior do que a maioria esmagadora dos portugueses".
"A Assembleia da República é um espelho, é uma janela para todo o país, e nós hoje assistimos, infelizmente, a muitas manifestações de ódio, a muitas manifestações de violência, que assentam e que se desculpam na liberdade de expressão, no discurso do politicamente incorreto e que, com isso, vão ofendendo os outros. Nós precisamos de unir as pessoas, não é de as dividir e, por isso, esperávamos muito mais do senhor presidente da Assembleia da República", apontou.
O secretário-geral do PS sublinhou "o respeito pelo outro" como "um limite" para a liberdade de expressão, referindo que "o racismo, a xenofobia, corrói a coesão das sociedades"
"Não se combate o Chega fazendo de conta que eles não existem ou ignorando-os. É combatendo-os, é combatendo o seu discurso, é mostrando que ele está errado, é impedindo, é bloqueando, é parando. Não é fazendo de conta que eles não existem, não é ignorando como aparentemente o senhor presidente da Assembleia da República optou por fazer", acusou Pedro Nuno Santos.
O socialista expressou ainda que "não há etnias, não há grupos que sejam menos inteligentes do que os outros, que trabalham menos que os outros, sejam diferentes dos outros", e afirmou que o que há são "pessoas diferentes", acrescentando que "os portugueses também são muito diferentes entre si" e reforçando que "não há características nacionais".
"O problema não é o crescimento do Chega em si. O problema é nós começarmos a aceitar, a tolerar como normal o discurso racista. Se há um deputado na Assembleia da República que decide que há uma nacionalidade que é mais preguiçosa do que outra, ele está a legitimar que esse discurso seja feito em todo o lado, que as nossas crianças nas escolas passem a achar que há meninos diferentes, que são filhos de pais que são mais preguiçosos do que os deles", alertou.
Neste âmbito, o secretário-geral do PS assegurou que "o discurso racista do Chega, e de muitos outros que o escolhem ter, vai ter um combate sem tréguas sempre do Partido Socialista", defendendo "uma sociedade unida, coesa, onde os seres humanos, homens e mulheres se respeitem uns aos outros".
(Notícia atualizada com mais informação)
"Temos de combater o discurso de ódio, de discriminação, o discurso de xenofobia, que foi aquilo a que assistimos na casa da democracia: um discurso xenófobo", declarou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas à chegada a uma ação de campanha eleitoral no Funchal, na ilha da Madeira, com os cabeça de lista do partido às eleições regionais de 26 de maio e europeias de 09 de junho, Paulo Cafôfo e Marta Temido, respetivamente.
"O aeroporto de Istambul foi construído e operacionalizado em cinco anos, os turcos não são propriamente conhecidos por ser o povo mais trabalhador do mundo", tinha começado por dizer Ventura, sob protestos de várias bancadas, com Aguiar-Branco a pedir para o deixarem continuar a sua intervenção porque "o deputado tem liberdade de expressão para se exprimir".
Na perspetiva do secretário-geral do PS, "o discurso xenófobo deve ser combatido, deve ser denunciado, não deve ser facilitado, não deve ser promovido, não deve ser estimulado".
"O PSD convenceu-se de que deixando o Chega usar do discurso xenófobo, racista, consegue anular ou não dar atenção mediática ao Chega. Ao discurso racista, ao discurso xenófobo, nós temos de dar combate, combate diário", defendeu Pedro Nuno Santos.
Questionado sobre a possibilidade de se levantar a imunidade parlamentar a André Ventura e se avançar como processo judicial, uma vez que o racismo é crime em Portugal, o socialista defendeu "uma reflexão profunda" sobre o combate ao racismo e à xenofobia por parte da Assembleia da República e do presidente deste órgão legislativo, Aguiar-Branco, que por ser a segunda figura de representação do Estado português tem "uma responsabilidade maior do que a maioria esmagadora dos portugueses".
"A Assembleia da República é um espelho, é uma janela para todo o país, e nós hoje assistimos, infelizmente, a muitas manifestações de ódio, a muitas manifestações de violência, que assentam e que se desculpam na liberdade de expressão, no discurso do politicamente incorreto e que, com isso, vão ofendendo os outros. Nós precisamos de unir as pessoas, não é de as dividir e, por isso, esperávamos muito mais do senhor presidente da Assembleia da República", apontou.
O secretário-geral do PS sublinhou "o respeito pelo outro" como "um limite" para a liberdade de expressão, referindo que "o racismo, a xenofobia, corrói a coesão das sociedades"
"Não se combate o Chega fazendo de conta que eles não existem ou ignorando-os. É combatendo-os, é combatendo o seu discurso, é mostrando que ele está errado, é impedindo, é bloqueando, é parando. Não é fazendo de conta que eles não existem, não é ignorando como aparentemente o senhor presidente da Assembleia da República optou por fazer", acusou Pedro Nuno Santos.
O socialista expressou ainda que "não há etnias, não há grupos que sejam menos inteligentes do que os outros, que trabalham menos que os outros, sejam diferentes dos outros", e afirmou que o que há são "pessoas diferentes", acrescentando que "os portugueses também são muito diferentes entre si" e reforçando que "não há características nacionais".
"O problema não é o crescimento do Chega em si. O problema é nós começarmos a aceitar, a tolerar como normal o discurso racista. Se há um deputado na Assembleia da República que decide que há uma nacionalidade que é mais preguiçosa do que outra, ele está a legitimar que esse discurso seja feito em todo o lado, que as nossas crianças nas escolas passem a achar que há meninos diferentes, que são filhos de pais que são mais preguiçosos do que os deles", alertou.
Neste âmbito, o secretário-geral do PS assegurou que "o discurso racista do Chega, e de muitos outros que o escolhem ter, vai ter um combate sem tréguas sempre do Partido Socialista", defendendo "uma sociedade unida, coesa, onde os seres humanos, homens e mulheres se respeitem uns aos outros".
(Notícia atualizada com mais informação)