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Von der Leyen quer pôr "preconceitos de lado" e apoio a novo "passo ousado"

Falando no plenário do Parlamento Europeu para apresentar a proposta da Comissão Europeia para a retoma da UE, Ursula von der Leyen pediu ambição e solidariedade para construir uma "União de sustentabilidade".

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27 de Maio de 2020 às 13:42
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defende que a União Europeia só conseguirá superar a crise da covid-19 se responder em conjunto ao choque económico em curso e se, tal como os fundadores do projeto europeu, decidir dar um novo "passo ousado para construir uma União de sustentabilidade". 

Von der Leyen discursou ao final da manhã no plenário do Parlamento Europeu para apresentar aos eurodeputados a proposta de um fundo de recuperação económica de 750 mil milhões de euros (assegurados pela emissão de dívida conjunta e subdivididos em 500 mil milhões em subvenções e 250 mil milhões em empréstimos) que o órgão executivo comunitário revelou esta quarta-feira. A proposta da Comissão assegura 15,5 mil milhões de euros a fundo perdido para Portugal, acrescidos de potenciais 10,8 mil milhões de euros em empréstimos.

"É a altura de tomarmos a decisão certa. O custo de não investirmos nesta crise terá consequências muito negativas no futuro", alertou numa alusão aos quatro países frugais (Países Baixos, Áustria, Suécia e Dinamarca) que continuam a opor-se à atribuição de subvenções a fundo perdido como solução para responder ao choque causado pela pandemia. "Vamos deixar os preconceitos de lado, vamos redescobrir o poder deste objetivo comum que nos permita sair desta crise" e "criar as bases para o nosso futuro comum", prosseguiu defendendo ser necessário superar a crise sem que isso represente mais dívida, outra alusão aos frugais que insistem na atribuição de empréstimos.

Na opinião da Von der Leyen, a Europa depara-se com uma "escolha binária", tendo de decidir entre avançar de "mãos dadas" ou de forma isolada, deixando para trás países, regiões e pessoas.

Como tal, a líder da Comissão considera que a Europa tem uma "grande oportunidade" pela frente de "criar as bases para uma Europa digital, neutral em termos climáticos, mais resiliente e mais social". Uma UE "melhor do que foi no passado", pediu.

Pedindo "total apoio" dos eurodeputados ao plano de relançamento da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen recordou o passado da União para defender como construir o futuro: "Há 50 anos os países fundadores [da UE] deram o primeiro passo. Hoje temos de acrescentar um capítulo a essa história, com um passo ousado para uma União de sustentabilidade, devemos isso à nova geração".

Von der Leyen defende assim o princípio da proposta da Comissão, assente na promoção de uma retoma assente nas novas prioridades da Comissão, em especial o combate às alterações climáticas e a economia digital, e assim proporcionar um melhor futuro às gerações futuras. 

750 mil milhões são investimento no futuro
No início do discurso feito no Parlamento Europeu, a alemã notou que esta "crise tem enormes externalidades e efeitos em todos os países" para defender que nenhum país pode recuperar de forma isolada. Admite que se trata de "investimentos a uma escala sem precedentes", mas garante que serão aplicados para que "a nova geração possa colher os frutos". 
Os 750 mil milhões de euros propostos para o fundo de recuperação "são um investimento no nosso futuro", proclamou sublinhando que "contribuirão para a construção da nossa casa europeia". A Comissão compromete-se, portanto, a orientar os investimentos no sentido de uma Europa sustentável, designadamente o Green Deal (Pacto Ecológico Europeu).

"Temos de ser ambiciosos e conto com o vosso total apoio", rematou.

(Notícia atualizada)
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