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Valls: "Não podemos receber mais refugiados na Europa"

França deixa Alemanha mais sozinha. O primeiro-ministro diz que o seu país não acolherá mais refugiados. Argumenta que é Schengen e o próprio projecto europeu que é preciso defender.

Negócios 25 de Novembro de 2015 às 14:40
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O primeiro-ministro francês avisou esta quarta-feira, 25 de Novembro, que a Europa não pode receber mais refugiados e que a França não o irá fazer além da quota já prevista. Em entrevista a vários jornais europeus, Manuel Valls defendeu que a Europa tem de travar o afluxo de migrantes provenientes do Médio Oriente e que, tal como a Suécia agora anunciou, tem de ser mais rigorosa com os requerentes de asilo. "Nós não podemos receber mais refugiados na Europa. Não é possível", disse Valls, acrescentando que a Europa tem de controlar as suas fronteiras externas. "Se não o fizermos, então as pessoas vão dizer: acabou com a Europa", argumentou, citado pelo EUbserver.

"Não foi a França que disse: 'vem!'", acrescentou, tendo porém o cuidado de não criticar directamente a política de acolhimento da chanceler alemã Angela Merkel, qualificando-a de "escolha dignificante".
No entanto, precisou, a França não pode receber mais refugiados do que os trinta mil que prometeu acolher até o fim de 2016 no âmbito das quotas de realocação no seio da União Europeia. A tensão entre os Estados-membros da UE sobre a crise de refugiados prossegue.

A Eslováquia, a República Checa, a Hungria e a Roménia não querem participar no sistema de quotas para a repartição de refugiados e a Dinamarca anunciou nesta semana que não irá mais participar nesse esquema. Por ter um "opt-out", Copenhaga não estava obrigada a aceitar refugiados provisoriamente instalados em Itália e na Grécia, para ajudar a reduzir a pressão nesses países havia prometido em Setembro acolher voluntariamente até mil pessoas.

Na Suécia, um dos destinos mais procurados pelos requerentes de asilo, o governo anunciou a situação se tornou "insustentável". O primeiro-ministro Stefan Löfven disse à imprensa na terça-feira que o país, que espera 190 mil requerentes de asilo neste ano, já não pode lidar com o afluxo de migrantes. "Agora, para ser franco, mais pessoas terão de solicitar asilo e obter proteção noutros países europeus", disse Löfven, que anunciou controlos mais exigentes nas fronteiras e regras mais rígidas em matéria de asilo para os próximos três anos. No rescaldo, a vizinha Noruega apertou também os controlos nas fronteiras.


O debate sobre as migrações e os refugiados tem sido influenciado pelo aumento do receio de atentados terroristas. Manuel Valls observou, na mesma entrevista, que "a opinião pública tem conhecimento" de que pelo menos dois dos atacantes Paris "entraram na Europa como refugiados". Ontem, o presidente da Comissão da União Europeia Jean-Claude Juncker apelara aos governantes para não misturar terroristas e imigrantes, lembrando que terão sido dois pessoas mal-intencionadas entre quase 860 mil pessoas que chegaram à Europa neste ano.

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