O acordo para a supervisão bancária pode estar mais próximo. Alemanha e França terão concordado que o Banco Central Europeu (BCE) supervisione os bancos com uma importância “sistémica” e aqueles que foram intervencionados, segundo o “El País”. A medida visa evitar um caso de bancarrota da futura união bancária europeia.

Os restantes bancos deverão permanecer sob a vigilância dos bancos centrais dos países, podendo o BCE fornecer directrizes específicas para os mesmos. A autoridade monetária poderá vir a colocar mais bancos debaixo da sua supervisão.

Wolfgang Schäuble, ministro das finanças alemão, afirmou que existe a possibilidade de se chegar hoje a um acordo sobre a supervisão bancária. Há, porém, a hipótese de ter de vir a realizar-se uma nova reunião com os ministros das finanças da União Europeia (UE), antes do Natal.

O ministro das finanças alemão esclareceu que não é assim “tão difícil” definir quais os bancos que devem estar sob supervisão diária do BCE, admitindo que em última análise todos os bancos o estarão. Uma “clara divisão” entre a política monetária do BCE e os seus poderes de supervisão tem também de ser garantida, afirmou Schäuble antes da reunião com os homólogos da UE.

Países de fora da Zona Euro, particularmente o Reino Unido, poderão dificultar o acordo, segundo o espanhol “El País”. Contudo não está ainda definida a posição destes países num sistema de supervisão bancária.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, lembrou aos estados membros como é “crucial” um rápido acordo para a criação deste acordo e apelou à “complacência” de todos os elementos.

Espanha partilha da opinião que a UE deve alcançar hoje um acordo quanto à entidade de supervisão bancária. Luís Guindos, ministro da Economia espanhol mostrou-se hoje, antes da reunião, “confiante” quanto ao alcance do acordo nesta reunião, antes do Conselho Europeu de amanhã. Guindos adiantou que há ainda alguns “assuntos em aberto”

O ministro espanhol explicou a necessidade criar corpos governativos separados com o perigo de algum tipo de contaminação uma vez que o BCE continuará a ser responsável pela política monetária europeia a que acrescerão as funções de supervisão.

A entidade de supervisão bancária terá uma equipa de 200 economistas que serão contratados pela instituição com sede em Frankfurt, segundo o “El Pais”.

Os casos em que organismo de supervisão e o BCE não estiverem de acordo serão avaliados pela autoridade bancária europeia (EBA), segundo o “El Pais” que cita o jornal alemão "Süddeutsche Zeitung”.

Perto de 150 bancos europeus deverão ficar sob a supervisão do BCE, refere o jornal espanhol, citando o alemão “Handelsblatt”.