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Frank-Walter Steinmeier discorda de orçamento comum para a Zona Euro

O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, apesar de considerar que a Zona Euro deve “aprofundar” a sua união económica, defende que tal não deve ser feito mediante a realização de transferências para compensar algumas assimetrias entre os Estados-membros. Quanto à Grécia, reconhece que em caso de saída da Zona Euro estaríamos perante “um choque político na Europa”.

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27 de Maio de 2015 às 18:39
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O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, é contrário à possibilidade de se criar um orçamento só para a Zona Euro com o objectivo de transferir recursos para corrigir assimentrias entre os diferentes países.

 

"Não penso que esse seja um bom caminho", disse Steinmeier num debate realizado esta quarta-feira, 27 de Maio, na Gulbenkian, no âmbito do 3º Fórum Alemanha-Portugal. No entanto, o governante germânico acredita que "temos de pensar como aprofundar a união económica" e notou que "serão apresentadas propostas em Junho" aquando do Conselho Europeu.

 

Mas se Steinmeier sustenta ser necessária "mais coordenação", garante que a constituição de um orçamento comum, a cargo de uma espécie de ministro europeu das Finanças com capacidade de vetar orçamentos nacionais, é algo impraticável. "Nenhum parlamento nacional prescindiria do direito fundamental de decidir sobre o seu próprio orçamento", resumiu.

 

Ainda assim, mostrou-se confiante de que haverá uma proposta no sentido da criação de "algo para melhorar a coordenação na Zona Euro". E quanto à possibilidade de a Europa constituir um mecanismo que permitisse dispensar o recurso ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em caso de necessidade, Steinmeier refere que tal não deverá acontecer no curto prazo.

 

"Para mim esta não é uma questão ideológica, temos de reconhecer [a importância] da gestão profissional do FMI, que dispõe de um conhecimento acrescido que ainda não dispomos nas instituições europeias".

 

Confrontado com as críticas muitas vezes feitas ao caminho trilhado pela Europa na resolução da crise financeira e das dívidas soberanas, o ministro alemão notou que "temos de pensar seriamente que, além das reformas estruturais, não podemos descurar o crescimento". E apesar da dimensão plano de investimento europeu, conhecimento como "Plano Juncker", Steinmeier concedeu que temos de "conseguir captar mais investimento para a Europa".

 

No entanto, "olhando para os últimos anos na Alemanha, devo dizer que ainda não descobri outro caminho para sair da crise". "É importante que haja consolidação das contas públicas, acompanhada de uma política orientada para o crescimento: temos de olhar para os dois aspectos, é esse o grande desafio político".

 

"Não podemos perder a autoconfiança na Europa", concluiu.

 

Grécia tem de contribuir para se alcançar um acordo

 

Quando permanece o impasse nas negociações entre a Grécia e as instituições credoras, Frank-Walter Steinmeier assegura que "queremos que a Grécia continue na Zona Euro, mas Atenas tem de dar o seu contributo para que possa ser alcançado um acordo com a UE.

 

E admite que o tempo urge "por questões de liquidez", lembrando que "falamos numa questão de dias e não de semanas". A Grécia tem de devolver quase 311 milhões de euros ao FMI no dia 5 de Junho.


Na perspectiva do chefe da diplomacia alemã, o primeiro-ministro grego, Alexis Tripras, está ciente dos riscos representados por uma saída grega do bloco do euro, "mas não tenho a certeza de que reúna o apoio do seu partido em relação a esta questão".

 

Apesar da aparente inflexibilidade do Syriza em aceitar um acordo com os credores que ultrapasse linhas vermelhas como a reforma laboral ou das pensões, a imprensa grega noticiou que no passado sábado Tsipras teria conseguido recolher o apoio da comissão central do Syriza para firmar um acordo que comprometa as promessas eleitorais do partido.

 

Por fim, realçou a nota positiva que merece a forma como Portugal saiu do seu programa de ajustamento. "O exemplo português mostra que é possível, com muita luta, chegar a uma posição em que é possível reduzir a dívida e fazer crescer a economia". Reconhece, porém, que "temos ainda grandes problemas ao nível do desemprego jovem, mas o caminho percorrido por Portugal é um caminho que os restantes 27 membros da união acompanham com muita simpatia".

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