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Asmussen: Persistem problemas que podem gerar uma nova crise

Jörg Asmussen, secretário de Estado alemão do Trabalho, avisou que, tendo o pior passado, não se pode dizer que a crise na Zona Euro esteja superada. Há países onde o endividamento e o desemprego permanecem elevados, como é o caso de Portugal, e estas são sementes que podem gerar um novo choque.

Reuters
27 de Maio de 2015 às 20:04
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Jörg Asmussen, secretário de Estado alemão do Trabalho e antigo membro do directório do BCE, avisou esta tarde em Lisboa que, tendo o pior da crise sido ultrapassado, não se pode concluir que a crise na Zona Euro tenha sido superada. 

 

Falando no III Fórum Portugal-Alemanha, que decorre na Fundação Gulbenkian, o governante elogiou o percurso recente da economia portuguesa, onde "há sinais positivos em muitas frentes", mas chamou a atenção para o facto de, em vários países, persistir um elevado nível endividamento e de desemprego, sobretudo entre os jovens, fenómenos que, quando combinados, podem revelar-se sementes de um novo choque.

 

"Em vários países, persiste um elevado endividamento, público e privado, e isto restringe muito a capacidade de fomentar o crescimento porque o processo de desendividamento vai ter de ser prosseguido". Ao mesmo tempo, acrescentou, ainda há 24 milhões de desempregados na Europa, mais oito milhões do que antes da crise, "sobretudo entre os jovens, que podem não ter trabalho e ter de pagar as dívidas dos seus pais". "Isto pode desencadear uma nova crise e abrir caminho aos populismos", advertiu.

 

"Temos de nos perguntar o que podemos fazer, e usar todas as possibilidades, nacionais e europeias", frisou. Segundo o que afirmou, é preciso fazer reformas estruturais, usar as margens existentes na política orçamental, avançar com o plano de investimento Juncker, caminhar para um verdadeiro mercado interno de serviços, designadamente no domínio da energia mas também do mercado de capitais.

 

Em relação ao aprofundamento da cooperação bilateral para apoiar a melhoria das condições do mercado de trabalho, o governante alemão disse que a formação dual ainda se pode expandir, e deve fazer-se mais para agilizar a mobilidade de trabalhadores. Neste contexto, sugeriu a criação de um programa Erasmus (intercâmbios originalmente pensados para estudantes) para trabalhadores de vários sectores de actividade, e não apenas para académicos, como actualmente.

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