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Severiano Teixeira quer "solução à escala europeia" para Portugal

O director do IPRI e ex-ministro da Defesa defende que "não haverá uma solução sem ser à escala europeia" para a crise portuguesa. Já o director do Instituto de Política Europeia, identifica a crise grega e a eventual saída do Reino Unido da UE como os principais problemas.

27 de Maio de 2015 às 21:05
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A sessão de abertura do Fórum Portugal-Alemanha que decorreu esta quarta-feira, 27 de Maio, na Gulbenkian, em Lisboa, contou com a presença dos directores dos dois institutos responsáveis pela organização do evento em conjunto com a Fundação Calouste Gulbenkian.

 

Pela parte do Instituto de Política Europeia (IEP), sediado em Berlim, Mathias Jopp identificou aqueles que considera os principais desafios que se colocam defronte da União Europeia (UE). "Um chama-se Grécia e o outro Reino Unido", disse o director do IEP.

 

Mas para além das possibilidades de a Grécia abandonar a Zona Euro e de o Reino Unido sair da própria UE, Mathias Jopp apontou ainda desafios externos que Bruxelas terá de enfrentar.

 

"O Mediterrâneo onde ainda não encontrámos ferramentas e respostas adequadas, porque o que fizemos ainda não é suficiente. E na Síria e no Iraque, [a ameaça do] terrorismo. Todas estas questões influenciam a Europa como um todo. E também temos a crise na Ucrânia, o que influência a relação com a Rússia".

 

Tendo em conta aqueles desafios elencados, Nuno Severiano Teixeira, director do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) da Universidade Nova de Lisboa, sustentou que "precisamos da solidariedade europeia para ultrapassar todas estas crises às portas europeias, a leste na Ucrânia e a sul no Mediterrâneo".

 

O ex-ministro da Defesa considera que "a UE precisa de uma refundição, precisa hoje de uma liderança" na linha daquelas representadas pelos pais fundadores do projecto europeu. E o futuro da UE tem como "condição de sucesso a reforma das instituições".

 

Mas Mathias Jopp adverte que é fundamental que a pretendida "Europa social" se estabeleça sob "termos sustentáveis", algo que não poderá ser conseguido no curto prazo, disse. Porém, "os cidadãos da Europa esperam uma Europa social e não apenas uma união bancária", reconheceu.

 

Em relação a Portugal e à forma como foi concluído o programa de assistência financeira, Jopp realça a existência de "uma série de sinais positivos", como a "redução do desemprego juvenil e o aumento das exportações.

 

Já Severiano Teixeira apesar de conceder que o ajustamento português correu bem "no plano financeiro", nota que "no plano social e económico não correu tão bem". Por isso, defende que "a prioridade deve agora deslocar-se para o investimento, emprego, ciência e educação".

 

No entanto, o director do IPRI garante que "a Europa é claramente o destino de Portugal", pelo que conclui que "se a crise portuguesa esteve estruturalmente ligada à crise europeia, isso significa que não haverá uma solução sem ser à escala europeia". 

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