Ainda assim, os executivos afirmam entender a decisão do chefe do Governo de convocar um referendo à manutenção do país na União Europeia (a consulta popular só terá lugar em 2017 e se os conservadores vencerem as eleições).

“O Reino Unido necessita de continuar a fazer parte da União Europeia. Mas percebo perfeitamente as razões que levam David Cameron a convocar este referendo”, afirmou o presidente executivo do Standard Chartered no Fórum Económico Mundial de Davos. “A Europa está a mudar. E a relação do Reino Unido com a Europa vai mudar”, prevê Peter Sands.

Já Tidjane Thiam, CEO da seguradora Prudential, defende que a União Europeia “precisa de ser reformada”. “Há muita frustração e o debate [sobre o futuro da Europa] terá que acontecer”.

É, precisamente por isso, diz Tidjane Thiam, que o Reino Unido só tem vantagens em permanecer na União Europeia. Pelo menos, no longo prazo, acrescenta.

“A economia britânica é extremamente interdependente do resto da Europa. É muito importante mantermo-nos na Europa. A minha previsão é que o bom senso vai permanecer e iremos continuar”, prevê o presidente da Lloyd’s of London, o mais antigo mercado segurador do mundo.

Mark Boleat, presidente da City of London, teme que a incerteza gerada pelo referendo venha a penalizar o centro financeiro da capital britânica. “A incerteza em torno da relação da Europa com a União Europeia pode tornar a City menos atractiva”.