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Comissão Europeia melhora previsões de crescimento para a Zona Euro
O PIB da Zona Euro deverá crescer mais uma décima do que o previsto anteriormente, de acordo com as novas estimativas da Comissão Europeia, publicadas esta segunda-feira.
A Comissão Europeia melhorou as estimativas de crescimento para a Zona Euro, apontando agora para uma expansão do PIB de 1,6% este ano e 1,8% em 2018. Nas anteriores previsões, Bruxelas antevia um crescimento de 1,5% para este ano e 1,7% para 2018.
A melhoria de uma décima reflecte o crescimento mais robusto previsto para as principais economias da Zona Euro, com Bruxelas a destacar que pela primeira vez em quase uma década está a estimar variações positivas no PIB de todos os países da UE para o período das projecções (2016 a 2018).
A Grécia era até aqui o único país da UE no vermelho, mas depois do recuo do PIB de 0,2% em 2015, terá registado um ligeiro crescimento de 0,3% no ano passado e deverá crescer 2,7% este ano e 3,1% no próximo.
"Tendo dado provas de solidez perante os desafios globais do ano passado, a recuperação económica da Europa deverá prosseguir este ano e no próximo: pela primeira vez numa década, prevê-se que as economias de todos os Estados-Membros da UE cresçam ao longo de todo o período das previsões (2016, 2017 e 2018)", assinala o relatório da Comissão Europeia com as novas projecções.
Para o conjunto da União Europeia a 28, Bruxelas estima que, depois de um crescimento de 1,9% em 2016 (no outono calculava que a UE terminaria o ano com 1,8%), a economia cresça 1,8% em 2017 (contra 1,6% das anteriores projecções) e mantenha o mesmo ritmo em 2018 (neste caso, uma ligeira revisão em baixa, pois em Novembro previa 1,9% para o próximo ano).
Apesar da melhoria das previsões, a economia na Zona Euro deverá abrandar ligeiramente este ano, já que em 2016 o PIB cresceu 1,7%. Destaque para a Alemanha, que deverá abrandar de 1,9% em 2016 para 1,6% este ano, acelerando novamente em 2018 (+1,8%).
Já a França e a Itália vão continuar a crescer abaixo da média da Zona Euro. A economia gaulesa deverá expandir-se 1,4% este ano e 1,7% em 2018, enquanto o crescimento do PIB de Itália deverá continuar abaixo de 1% este ano e acelerar ligeiramente em 2018 (+1,1%).
"A capacidade de resistência da economia europeia ficou demonstrada pela reacção aos inúmeros choques que sofreu ao longo do último ano. O crescimento resiste e o emprego e os défices tendem a diminuir. Com os elevados níveis de incerteza, contudo, será mais importante do que nunca utilizarmos todos os instrumentos estratégicos que possam contribuir para o crescimento", refere o comissário Pierre Moscovici.
Trump e Brexit são riscos
Apesar das previsões ligeiramente mais optimistas, Bruxelas identifica riscos "excepcionalmente elevados" às suas projecções, sendo a sua maioria de "pendor negativo".
"No médio prazo, os riscos para o crescimento económico são legados da crise recente; o voto do Reino Unido para deixar a União Europeia; potenciais disrupções ao comércio internacional; aperto mais forte da política monetária nos Estados Unidos, que poderá ter consequências negativas nas economias emergentes", refere a Comissão Europeia.
Marco Buti, responsável da Comissão Europeia pelas perspectivas económicas, assinala que as "grandes incertezas caracterizam o ‘outlook’ para a economia global e para a Zona Euro". Acrescenta que "o ritmo da saída do Reino Unido da União Europeia e o seu status futuro são ainda incógnitas" e que "estão ainda por concretizar as políticas económicas da nova administração de Trump".
Desemprego continua a descer, inflação aproxima-se dos 2%
Nas projecções para os restantes indicadores, Bruxelas antecipa que o desemprego vai continuar a descer após baixar da fasquia dos 10%. Deverá atingir 9,6% este ano e 9,1% em 2018.
Já a inflação deverá acelerar este ano, para 1,7% (face aos 0,2% de 2016), situando-se mais próximo da meta do Banco Central Europeu (2%). Contudo deverá abrandar em 2018, para 1,4%.
O défice orçamental da Zona Euro deverá melhorar três décimas este ano, para 1,4%, estabilizando neste valor no próximo ano. Quanto à dívida pública, deverá manter uma trajectória de alívio, situando-se em 91,5% do PIB em 2016, 90,4% do PIB em 2017 e 89,2% em 2018.
(notícia actualizada às 10:50 com mais informação)