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Consumo está suportado na subida do salário mínimo e no aumento do emprego, diz Bruxelas
Contudo, os técnicos da Comissão Europeia avisam que a recuperação dos salários, somada ao envelhecimento da população, deverá contribuir para a desaceleração do crescimento do emprego em 2017 e 2018.
Os técnicos da Comissão Europeia notam que as subidas do salário mínimo, em conjunto com as melhorias no emprego, justificam o crescimento do consumo privado em Portugal.
Embora o consumo privado esteja em desaceleração desde 2015 e assim deva continuar até 2018, Bruxelas considera que os indicadores disponíveis mostram que ele continuará a apresentar resultados "robustos". "Além disso, os gastos dos consumidores estão a ser suportados pelo aumento do salário mínimo e pelo mercado de trabalho, que continua a melhorar de forma vigorosa", pode ler-se nas previsões de Inverno da Comissão, publicadas hoje, 13 de Fevereiro.
Por detrás desta melhoria do mercado de trabalho – tal como do maior dinamismo da economia – estão os bons resultados do turismo, conclui Bruxelas, um sector que contribuiu para os incrementos observados na criação de postos de trabalho e nos salários.
No entanto, esta recuperação das remunerações é também um dos motivos para a Comissão esperar um arrefecimento do crescimento do emprego, de 1,3% em 2016, para 0,8% em 2017 e 0,6% em 2018, "à medida que a recente recuperação dos salários deverá penalizar a procura no mercado de trabalho e as limitações na oferta começam a notar-se devido aos efeitos da diminuição da população empregada". Leia-se, ao envelhecimento da população portuguesa.
Ainda assim, o desemprego deverá continuar a cair, de uma média de 11,2% em 2016 para 10,1% em 2017 e, depois, para 9,4% em 2018.