Notícia
Banco de Itália alerta Governo sobre aumento do défice
Para o banco central italiano, os riscos de despesismo "não devem ser subestimados".
O banco central transalpino, o Banco de Itália, incluiu um aviso ao Governo no seu relatório anual: o aumento do défice pode mostrar-se "contraproducente".
O relatório anual da instituição liderada por Ignazio Visco (na foto) é publicado numa altura em que a tensão entre Bruxelas e Roma em torno do défice italiano foi reavivada. A Comissão Europeia enviou uma carta ao governo italiano em que exige explicações sobre o incumprimento das regras europeias, em particular o porquê de a dívida pública ter continuado a aumentar em vez de diminuir como estipula o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC). A resposta deverá ser entregue até esta sexta-feira, 31 de maio. Desta forma, Bruxelas avisa que poderá abrir um procedimento por défices excessivos (PDE).
Na redação do relatório do Banco de Itália, citado pela CNBC, a instituição defende que "limitarmo-nos a procurar um alívio temporário ao aumentar o défice público pode mostrar-se menos do que eficiente, até contraproducente, caso leve à deterioração nas condições financeiras e na confiança das famílias e empresas". Para o banco central, os riscos de despesismo "não devem ser subestimados".
O governo italiano atual, que subiu ao poder há cerca de um ano, prometeu aumentar a despesa para impulsionar a economia italiana. Entre as medidas propostas está, por exemplo, a diminuição da idade da reforma.
A Itália tem a segunda maior dívida entre os pares europeus e, neste sentido, a Comissão Europeia tem vindo a exigir que Roma reduza o teto traçado para o défice em 2019, de forma a impor a diminuição da dívida. De acordo com os dados de Bruxelas divulgados este mês de maio, a dívida italiana deverá atingir 133,7% do PIB este ano e aumentar esta fatia para os 135,2% em 2020.