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Varoufakis à Comissão Europeia: "Parem de ameaçar Portugal e Espanha”

O movimento criado pelo ex-ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis recordou que faz agora um ano que a Grécia também levou a cabo o seu referendo.

Yanis Varoufakis, antigo ministro das finanças da Grécia, no Parlamento grego em Atenas.
Bloomberg
05 de Julho de 2016 às 12:07
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O movimento DiEM25, fundado pelo antigo ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis, publicou uma nota, com uma "mensagem para Berlim e Frankfurt" em que pediu à Comissão Europeia que pare "com todas as ameaças de punições aos governos espanhol e português. Tais medidas só vão agravar a crise económica nestes países e levar mais europeus para o campo anti-europeu", salientou o movimento, nos rescaldo referendo no Reino Unido que teve como resultado a saída daquele país da União Europeia.

O apelo surge no dia em que a Comissão Europeia se reúne em Estrasburgo, tendo na agenda o tema das sanções a Portugal relacionadas com a não saída do procedimento por défices excessivos, que pode passar pela suspensão de fundos comunitários.


"Ao mesmo tempo, Bruxelas está a ameaçar Espanha e Portugal com a retirada, ou suspensão, de fundos estruturais, porque os seus orçamentos nacionais ultrapassaram outro marco impossível de implementar e sem sentido do ponto de vista macro-económico", refere o mesmo comunicado, intitulado "Parem a tortura financeira/orçamental de Itália, Espanha e Portugal AGORA!".

No texto, é recordado outro referendo, o grego, em que os habitantes daquele país votaram, há um ano, nas reformas que estavam a ser impostas pela Europa e FMI, numa altura em que país estava quase na bancarrota.


O ex-ministro grego não esqueceu Itália e a crise nos bancos daquele país. "A maioria dos bancos italianos está à beira do abismo. Berlim, Bruxelas e Frankfurt insistem que o Monte dei Paschi di Siena seja resgatado de acordo com as regras acordadas recentemente. Mas não estaria a dizer isto de um banco alemão ou holandês", referiu a nota, partilhada no Twitter pelo ex-ministro.


O texto avisa ainda ainda que as práticas dos bancos italianos em vender dívida a clientes que não sabem bem o que estão a comprar podem agora, com este "bail in" levar a que muitas pessoas de classe média e baixa percam as suas poupanças. O DiEM25 concorda com a intenção do primeiro-ministro italiano em violar as regras do "bail in", que estabelecem que os obrigacionistas e os grandes depositantes estão na primeira linha de resgate a bancos em dificuldades.


O movimento "exige que a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu parem de forçar Roma a impor regras que reflectem o falhanço de colocar em funcionamento a união bancária".


"A União Europeia será democratizada e as suas políticas económicas serão humanizadas. Senão, irão desintegrar-se", conclui a nota.

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