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Valls anuncia redução fiscal e corte das regiões francesas para metade
O novo primeiro-ministro francês instou a Europa a não “ignorar a voz da França” depois de criticar a política de austeridade seguida pelo Velho Continente. Manuel Valls prometeu políticas de crescimento e maior justiça social.
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No primeiro discurso, esta terça-feira, 8 de Abril, perante a Assembleia Nacional enquanto primeiro-ministro, Manuel Valls (na foto), apontou baterias à política de austeridade que impera na Europa e anunciou a redução da carga fiscal e o corte para metade do número de regiões de França.
"Demasiado sofrimento e pouca esperança, é esta a situação de França", começou por caracterizar Valls. Depois das palavras introdutórias Manuel Valls avançou para aqueles que considera ser os objectivos finais das medidas que iria anunciar: crescimento e maior justiça social. A maioria das medidas deverão ser aplicadas a partir de 1 de Janeiro do próximo ano.
No que concerne ao corte fiscal, Valls revelou a intenção de isentar de
despesas com a segurança social as empresas que empreguem funcionários que recebam o salário mínimo e de diminuir essa contribuição em 1,8 e 3 pontos percentuais para outros níveis salariais. Anunciou ainda a redução dos descontos feitos por trabalhadores independentes.
As empresas verão também suprimido o pagamento de uma contribuição de solidariedade para o regime de segurança social a partir de 2016 .
Em relação à administração regional, Valls avançou com o objectivo de reduzir para metade o número de regiões através de uma política de “fusões”. Será constituído um “novo mapa territorial em 2015”, prometeu.
As críticas à Europa foram também um dos momentos chave do discurso do recém nomeado chefe do Governo francês. Começou por garantir que França está “disposta a sanear as suas contas, mas sem liquidar o sistema de protecção social, os hospitais e serviços públicos”.
Instou a que o Velho Continente siga “o caminho do crescimento” através da “criação de emprego”. Valls valorizou a importância e “solidez do eixo Franco-Alemão” para depois concluir que “a França não pode ignorar a Europa, mas a Europa também não pode ignorar, e nunca o fará, a voz de França”.