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Tsipras e Putin ultimam acordo comercial que arrisca violar regras da UE
O presidente russo recebeu o primeiro-ministro grego, em Moscovo, dizendo ser preciso restaurar o volume de comércio entre os dois países. Na calha poderá estar a oferta de gás mais barato em troca de acesso privilegiado às privatizações, e melhores condições de entrada para fruta grega. Com ambas, a Grécia arrisca violar regras que decorrem da pertença à União Europeia.
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O presidente russo Vladimir Putin recebeu esta manhã, em Moscovo, o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, dizendo ser preciso restaurar o volume de comércio entre os dois países, que disse ter caído 40% no ano passado. Esta queda coincidiu com o embargo da Rússia aos produtos agrícolas europeus em retaliação às sanções decretadas pela União Europeia contra a elite russa, no rescaldo dos avanços no leste da Ucrânia após a anexação da Crimeia por Moscovo.
Segundo relata a Bloomberg, Tsipras fez igualmente declarações nesse sentido, dizendo que o propósito da sua visita é revitalizar as relações entre os dois países.
Ambos os dirigentes prestaram breves declarações aos jornalistas antes do encontro de trabalho que decorre na capital russa.
As agências internacionais escrevem que Moscovo e Atenas se preparam para assinar acordos comerciais em diversas áreas, com o objectivo de estreitar relações ao longo dos próximos três anos.
Segundo avançava o jornal russo Kommersant, citando uma fonte do governo de Putin, na calha poderá estar a oferta de gás russo mais barato e eventualmente empréstimos a Atenas, em troca de acesso privilegiado às privatizações gregas. A Grécia compra 57% do gás que consome à Rússia, e já em 2013 a Gazprom tentara, sem êxito, comprar a grega DEPA. Moscovo estará ainda disposta a levantar o embargo, com que retaliou os países da União Europeia, para apenas permitir a entrada de produtos agrícolas gregos.
A confirmarem-se, estas iniciativas tenderão a complicar a intenção da União Europeia de ter uma política energética mais integrada e uma voz mais afinada e forte a negociar com Moscovo em matéria de gás; e podem significar uma violação das prerrogativas exclusivas da Comissão Europeia no domínio da política comercial, além de uma machadada na política externa da União que tem tido grande dificuldade em manter os Vinte Oito alinhados numa posição comum sobre a Rússia.
Fonte do Governo grego esclareceu, entretanto,que o primeiro-ministro não irá a Moscovo pedir ajuda financeira, até porque todos os assuntos relativos à situação da dívida grega têm de ser "resolvidos no quadro da União Europeia".
