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Theresa May promete demitir-se caso acordo de saída seja aprovado

A primeira-ministra britânica disse aos deputados conservadores que, se o acordo de saída for aprovado no Parlamento, deixará o seu lugar à disposição.

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Theresa May comprometeu-se com os deputados do seu partido a demitir-se caso o acordo de saída firmado com a União Europeia seja aprovado pelo Parlamento britânico. A informação foi avançada por vários órgãos de comunicação social e confirmada pelo deputado James Cartlidge à saída da reunião entre a primeira-ministra e os conservadores. 

"Temos de aprovar o acordo [de saída da União Europeia] e concretizar o Brexit", disse May aos deputados do seu partido, de acordo com um comunicado enviado por Downing Street às redações e que é citado pela Reuters. "Estou preparada para abandonar este cargo mais cedo do que eu queria para fazer o que é certo para o nosso país e o nosso partido", disse a primeira-ministra. 

No discurso aos deputados conservadores, Theresa May reconheceu o "desejo de uma nova estratégia e uma nova liderança na segunda fase de negociações do Brexit" e disse que não iria impedir esse caminho. É esta promessa feita ao seu partido que May espera ser suficiente para ver o acordo que negociou com Bruxelas aprovado no Parlamento de forma a que a saída seja "suave e ordeira". 

A reunião com o grupo parlamentar dos conservadores (Comité 1922) tinha como objetivo promover uma terceira votação do acordo de saída, cujo conteúdo foi rejeitado já por duas vezes. Londres tem até dia 29 de março (sexta-feira) - a data que anteriormente tinha sido definida para a "saída oficial" - para aprovar o acordo caso queira concretizar o Brexit ordenado a 22 de maio, antes das eleições europeias.

A exigência foi feita pelos líderes europeus na semana passada e caso não seja concretizada levará a uma saída desordenada a 12 de abril. Mas nesse cenário Londres poderia ainda apresentar a Bruxelas um plano alternativo até essa data ou pedir um longo adiamento da saída.

Apesar deste passo dado por Theresa May, continua a ser incerto quando, como ou se o Reino Unido vai mesmo sair da União Europeia. Hoje ao final da tarde estão marcadas votações indicativas no Parlamento britânico - que tomou as rédeas do processo - com várias possibilidades em cima da mesa. O desfecho dependerá agora de como os deputados conservadores vão reagir a esta decisão da primeira-ministra britânica. 

Hipótese tinha ganho força nos últimos dias

Longe de garantida a aprovação do acordo de saída, Theresa May beneficia agora de uma conjuntura diferente comparativamente aos dois momentos em que o parlamento chumbou o tratado jurídico que enquadra legalmente a saída.

Com a possibilidade de uma extensão longa do artigo 50.º no horizonte, os deputados conservadores favoráveis ao Brexit (incluindo os chamados "brexiters" e também os "hard brexiters") estão agora mais recetivos a conferir apoio ao acordo de saída de May numa opção pelo mal menor que essa via representaria relativamente à incerteza inerente a um adiamento prolongado da saída da UE.

O próprio deputado "torie" Jacob Rees-Moog, líder do think tank European Research Group (RSG, que inclui a ala eurocética dos conservadores) tem vindo nos últimos dias a admitir a hipótese de mudança do sentido de voto em relação aos termos do divórcio. Após a reunião com May, Rees-Moog anunciou que votará a favor do acordo caso os unionistas da Irlanda do Norte (DUP) se abstenham.

Contudo, a Reuters avança que o partido não terá mudado de ideias, mantendo a sua posição desfavorável ao acordo de saída negociado com a UE. O argumento dos unionistas é que o documento mantém-se igual, nomeadamente nas implicações do mecanismo de salvaguarda ("backstop") para a fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda.

(Notícia atualizada às 18:21 com mais informação)
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