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Sindicalistas atiram ovos ao rosto da reforma laboral em França

O ministro da Economia, Emmanuel Macron, é o maior impulsionador de um pacote legislativo que está a dividir os franceses. As greves nos transportes podem afectar os adeptos estrangeiros no Euro 2016.

Reuters
06 de Junho de 2016 às 15:13
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O ministro da Economia que está a impulsionar uma polémica reforma laboral em França – a principal legislação até ficou conhecida pelo apelido de Emmanuel Macron (na foto) – foi atacado com ovos esta segunda-feira, 6 de Junho, em Montreuil, nos arredores de Paris.

 

Segundo o relato da agência Reuters, o responsável político foi atingido na cabeça depois de ser encurralado por militantes da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT na sigla francesa) numa estação dos correios, onde lançou um selo comemorativo do 80.º aniversário do chamado governo de Frente Popular, que coligou as esquerdas e reforçou os direitos dos trabalhadores gauleses.

 

Depois do ataque, Macron sustentou que não há futuro económico para quem resiste à mudança e relativizou o incidente. Afirmou que "faz tudo parte do caminho, mas não terá qualquer impacto na [sua] determinação" em avançar com o pacote legislativo que visa uma maior desregulação do mercado laboral, com medidas como incluir o domingo nos dias de trabalho. 

 

Os últimos dias têm sido marcados por várias greves e manifestações que têm tomado conta das principais artérias das maiores cidades francesas em protesto contra esta legislação laboral aprovada à revelia do Parlamento francês. O primeiro-ministro garantiu a 2 de Junho que o Executivo não vai fraquejar, apesar de a imagem do país estar a ser negativamente afectada pelas paralisações.

 

O ataque a este ministro com aspirações políticas – Emmanuel Macron lançou em Abril um movimento político visto como uma preparação para as Presidenciais de 2017 – acontece no início da semana em que arranca o Euro 2016, com o jogo de abertura agendado para 10 de Junho. O presidente François Hollande já avisou que seria "incompreensível" que as greves que afectam sobretudo o transporte aéreo e ferroviário impedissem os adeptos de viajar para ver os jogos de futebol.

 

Com o país dividido – uma sondagem da BVA divulgada no domingo mostrou que 54% dos franceses estão contra os protestos e 45% são favoráveis –, a Reuters atesta no terreno que, ao sexto dia consecutivo de paralisação, os protestos começam a perder algum fôlego. Segundo dados da SNCF, a companhia estatal de caminhos-de-ferro, apenas 8,5% dos trabalhadores estão ainda em greve.

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