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Governo francês garante que vai flexibilizar o mercado laboral

O ministro da Economia gaulês anunciou que Paris vai iniciar "uma nova série de reformas", em especial em relação ao mercado laboral que tem de ser "mais simples e flexível". Macron promete adaptar a economia gaulesa ao digital.

Bloomberg
28 de Agosto de 2015 às 11:47
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O ministro da Economia, Emmanuel Macron (na foto), anunciou na passada quinta-feira que a França vai iniciar "uma nova série de reformas" de forma a estimular o crescimento da economia. Numa entrevista à Bloomberg TV concedida na quinta-feira à noite, Macron sustentou que é necessário tornar o mercado de trabalho gaulês "mais simples e adaptável e mais flexível".

 

A mensagem do ministro francês surge num momento em que a economia gaulesa continua a apresentar dificuldades de recuperação e em que o nível de desemprego prossegue próximo de máximos históricos. O produto interno bruto (PIB) do país apresentou um crescimento nulo no segundo trimestre deste ano, depois de ter crescido menos de 0,5% em cada um dos anos desde 2012, ano do início de mandato de François Hollande.

 

Macron referiu-se à importância de implementar reformas estruturais, nomeadamente em relação ao mercado laboral, devido à crescente volatilidade sentida nos mercados internacionais, que continuam a ser pressionados pelos sinais de abrandamento da economia chinesa. As presidenciais francesas estão agendadas para 2017, sendo que Hollande tem vindo a recuperar nos índices de popularidade depois de três anos em que o actual presidente gaulês registou níveis de popularidade historicamente baixos.

 

O objectivo passa assim por reduzir em simultâneo o desemprego e flexibilizar o mercado de trabalho: "Vamos fazer as duas coisas", afiança Macron que promete "reconfigurar o código laboral" que, garante, é "demasiado regulado". E acrescentou que irá adoptar "até ao final deste ano, medidas para adaptar a economia francesa ao digital".

 

A aposta no mercado digital foi, precisamente, um conselho deixado pela chanceler alemã, Angela Merkel, a Hollande aquando da cimeira do emprego que reuniu o Conselho Europeu em Outubro do ano passado. Na altura, François Hollande pediu à Alemanha para "fazer mais para apoiar a procura [interna]", de forma a estimular o crescimento da Zona Euro. Oportunidade aproveitada por Merkel para apontar outro caminho: "Precisamos saber quais são as profissões do futuro. Em todo o sector do digital, vejo muitas oportunidades de futuro. É onde devemos formar as pessoas".

 

Depois disso, Merkel viria a afirmar que as reformas aplicadas em França, mas também em Itália, "não são suficientes". Pouco depois de ter tomado posse como primeiro-ministro francês, Manuel Valls, em Abril de 2014, já anunciava o que classificou de "verdadeira revolução" e que passava pela supressão de todas as contribuições das empresas, previstas no Pacto de Responsabilidade (uma espécie de Acordo em Concertação Social das linhas gerais sobre o mercado laboral), relativamente aos trabalhadores que recebem o salário mínimo (1.445 euros em França).

 

Entretanto, em Fevereiro deste ano, o Governo francês aprovou, à revelia do Parlamento, um projecto designado de "lei Macron" que já incidia sobre uma das mais polémicas questões relacionadas com o código laboral gaulês, nomeadamente a flexibilização dos horários do comércio.

 
E já no final do passado mês de Julho, o El País noticiava que François Hollande, aproveitando o ambiente positivo subsequente ao princípio de acordo então alcançado entre a Grécia e as instituições, pretendia apresentar já em Setembro um conjunto de propostas tendo em vista o aprofundamento da integração europeia, mediante a criação de união económica e política no âmbito da moeda única. Entre as propostas constará a criação de um salário mínimo europeu e a harmonização fiscal sobre as empresas.

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