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Sondagem: "Sim" à independência cresce na Catalunha e independentistas vencem eleições
Uma sondagem do Centro de Estudos de Opinião (CEO) da Generalitat mostra que o "sim" à independência cresceu 7,6 pontos percentuais face a Junho para 48,7%. Este estudo de opinião indica ainda que as forças soberanistas catalãs venceriam as eleições em mandatos conquistados mas não em percentagem total dos votos.
A mais recente sondagem a medir o pulso ao independentismo na Catalunha concluiu que o "sim" à independência catalã está a crescer. A sondagem Centro de Estudos de Opinião (CEO) da Generalitat publicada esta terça-feira no El País revela que 48,7% dos inquiridos é favorável à independência, um aumento de 7,6 pontos percentuais comparativamente com os números do anterior estudo, realizado em Junho.
Em sentido inverso, o "não" à independência cai 5,8 pontos para 43,6%. Como seria de esperar, os eleitores das forças soberanistas (Juntos pelo Sim, com 92,7%, e CUP, com 93,3%) são maioritariamente a favor de uma Catalunha independente, enquanto os eleitores do Cidadãos (98,8%), do PP (91,7%) e do Partido Socialista da Catalunha (PSC, com 87,4%) preferem a manutenção da região no reino da Espanha.
Os eleitores mais divididos são os da Catalunha Sim é Possível (aliado do Podemos na Catalunha), com 55,7% a rejeitarem a independência, 30,4% a quererem a secessão e 13,9% que não têm opinião ou preferem não responder.
Aumenta el apoyo a la independencia en Cataluña según los datos del último sondeo de opinión del CIS catalán. pic.twitter.com/O7CvFJWcjo
— Miguel Molleda (@MMolleda_RNE) 31 de outubro de 2017
O Podemos mantém uma posição intermédia acerca da crise catalã, rejeitando a declaração unilateral de independência (DUI) feita na sexta-feira passada e criticando a resposta de Madrid que ao activar o artigo 155 da Constituição suspendeu de facto o autogoverno da região.
As entrevistas foram realizadas entre os dias 16 e 29 de Outubro, pelo que em parte já incorporam o efeito da DUI e posterior colocada em prática do mecanismo constitucional que permitiu a intervenção do governo central na Catalunha.
Soberanistas venceriam eleições em mandatos mas não em votos
Se as eleições autonómicas antecipadas pelo primeiro-ministro para o dia 21 de Dezembro (21-D) fossem agora, o status quo do parlamento catalão agora dissolvido manter-se-ia no essencial, com as forças independentistas com a maioria absoluta dos mandatos. A diferença é que o bloco soberanista deixaria de ter a maioria dos votos.
A sondagem do CEO divulgada pelo El País coloca a aliança Juntos pelo Sim (PDeCat + ERC) com entre 60 e 63 deputados, a que se poderiam juntar os 8 a 9 deputados da CUP. A coligação independentista forjada entre conservadores e esquerda nacionalista para as eleições de Setembro de 2015 governou até agora apoiada no parlamento pelos 10 deputados eleitos há dois anos pela CUP.
A segunda força continuaria a ser o Cidadãos (partido nascido na Catalunha com uma matriz anti-independência) com entre 25 e 26 deputados, seguida pelo PSC com 17 a 19 mandatos, pelo Catalunha Sim é Possível com 12 a 14 deputados, e pelo PP com 10 a 11 assentos parlamentares.
Somados os blocos, as forças independentistas teriam um mínimo de 68 deputados (o patamar mínimo que garante a maioria absoluta) e os partidos constitucionalistas e o aliado do Podemos teriam os restantes 67.
No entanto, o bloco independentista não venceria em percentagem de votos. Juntos pelo Sim (39,7%) e CUP (6,2%) somam 45,9%, abaixo dos 50,9% das restantes forças juntas (Cidadãos com 18,2%, PSC com 13,9%, Catalunha Sim é Possível com 10,5%, e PP com 8,3%).
Nas eleições de 2015, as forças independentistas alcançaram a maior percentagem de votos, tendo porém ficado aquém da maioria dos votos com apenas 48%. Na segunda-feira, o PDeCAT e a ERC revelaram que vão às urnas nas eleições de 21-D, contudo não esclareceram se pretendem reeditar a aliança Juntos pelo Sim. A CUP diz que a participação nas eleições convocadas por Rajoy dependerá da escolha dos seus militantes.