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Sondagem: "Sim" à independência cresce na Catalunha e independentistas vencem eleições

Uma sondagem do Centro de Estudos de Opinião (CEO) da Generalitat mostra que o "sim" à independência cresceu 7,6 pontos percentuais face a Junho para 48,7%. Este estudo de opinião indica ainda que as forças soberanistas catalãs venceriam as eleições em mandatos conquistados mas não em percentagem total dos votos.

Reuters
31 de Outubro de 2017 às 16:54
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A mais recente sondagem a medir o pulso ao independentismo na Catalunha concluiu que o "sim" à independência catalã está a crescer. A sondagem Centro de Estudos de Opinião (CEO) da Generalitat publicada esta terça-feira no El País revela que 48,7% dos inquiridos é favorável à independência, um aumento de 7,6 pontos percentuais comparativamente com os números do anterior estudo, realizado em Junho.

 

Em sentido inverso, o "não" à independência cai 5,8 pontos para 43,6%. Como seria de esperar, os eleitores das forças soberanistas (Juntos pelo Sim, com 92,7%, e CUP, com 93,3%) são maioritariamente a favor de uma Catalunha independente, enquanto os eleitores do Cidadãos (98,8%), do PP (91,7%) e do Partido Socialista da Catalunha (PSC, com 87,4%) preferem a manutenção da região no reino da Espanha.

 

Os eleitores mais divididos são os da Catalunha Sim é Possível (aliado do Podemos na Catalunha), com 55,7% a rejeitarem a independência, 30,4% a quererem a secessão e 13,9% que não têm opinião ou preferem não responder.

 


O Podemos mantém uma posição intermédia acerca da crise catalã, rejeitando a declaração unilateral de independência (DUI) feita na sexta-feira passada e criticando a resposta de Madrid que ao activar o artigo 155 da Constituição suspendeu de facto o autogoverno da região.

 

As entrevistas foram realizadas entre os dias 16 e 29 de Outubro, pelo que em parte já incorporam o efeito da DUI e posterior colocada em prática do mecanismo constitucional que permitiu a intervenção do governo central na Catalunha.

 

Soberanistas venceriam eleições em mandatos mas não em votos

 

Se as eleições autonómicas antecipadas pelo primeiro-ministro para o dia 21 de Dezembro (21-D) fossem agora, o status quo do parlamento catalão agora dissolvido manter-se-ia no essencial, com as forças independentistas com a maioria absoluta dos mandatos. A diferença é que o bloco soberanista deixaria de ter a maioria dos votos.

 

A sondagem do CEO divulgada pelo El País coloca a aliança Juntos pelo Sim (PDeCat + ERC) com entre 60 e 63 deputados, a que se poderiam juntar os 8 a 9 deputados da CUP. A coligação independentista forjada entre conservadores e esquerda nacionalista para as eleições de Setembro de 2015 governou até agora apoiada no parlamento pelos 10 deputados eleitos há dois anos pela CUP.

A segunda força continuaria a ser o Cidadãos (partido nascido na Catalunha com uma matriz anti-independência) com entre 25 e 26 deputados, seguida pelo PSC com 17 a 19 mandatos, pelo Catalunha Sim é Possível com 12 a 14 deputados, e pelo PP com 10 a 11 assentos parlamentares.

 

Somados os blocos, as forças independentistas teriam um mínimo de 68 deputados (o patamar mínimo que garante a maioria absoluta) e os partidos constitucionalistas e o aliado do Podemos teriam os restantes 67.

 

No entanto, o bloco independentista não venceria em percentagem de votos. Juntos pelo Sim (39,7%) e CUP (6,2%) somam 45,9%, abaixo dos 50,9% das restantes forças juntas (Cidadãos com 18,2%, PSC com 13,9%, Catalunha Sim é Possível com 10,5%, e PP com 8,3%).

 

Nas eleições de 2015, as forças independentistas alcançaram a maior percentagem de votos, tendo porém ficado aquém da maioria dos votos com apenas 48%. Na segunda-feira, o PDeCAT e a ERC revelaram que vão às urnas nas eleições de 21-D, contudo não esclareceram se pretendem reeditar a aliança Juntos pelo Sim. A CUP diz que a participação nas eleições convocadas por Rajoy dependerá da escolha dos seus militantes.

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