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Crise catalã impulsiona Cidadãos e põe partido de Rivera empatado com PSOE

Uma sondagem publicada pelo El País coloca o Cidadãos e o PSOE empatados na segunda posição, a pouco mais de três pontos do PP que continua em primeiro. Já o Podemos cai para a quarta posição.

Reuters
13 de Novembro de 2017 às 12:56
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A sondagem do instituto Metroscopia publicada esta segunda-feira pelo diário El País mostra que o centrista liberal Cidadãos é o partido que mais beneficia com a crise catalã, com a força liderada por Albert Rivera a atingir a maior percentagem de sempre de intenções de voto.

 

O estudo de opinião atribui 22,7% ao Cidadãos, que assim empata com o PSOE (também 22,7%) na segunda posição. Em primeiro continua o PP do primeiro-ministro Mariano Rajoy com 26,1%, embora com menor vantagem sobre os partidos que surgem em segundo lugar, uma vez que cai oito pontos percentuais face à última sondagem. Já o Podemos cai cinco pontos e recua para a quarta posição com 14,7%.

 

Criado em 2006, na Catalunha, com a intenção de combater o nacionalismo catalão na génes, o partido liderado por Albert Rivera é claramente o que mais beneficia com a crise catalã, principalmente por se ter afirmado como a força política mais intransigente na defesa da reposição da ordem constitucional naquela região autonómica.

 

A propalada ameaça de "sorpasso" que há ano e meio pendia sobre o PSOE de Pedro Sánchez poderá afinal acontecer, mas com outros protagonistas. Nas últimas eleições gerais, o Podemos uniu-se à Esquerda Unida (IU) na aliança Unidos Podemos, ainda em vigor, com o objectivo de superar em votos e mandatos os socialistas. O "sorpasso" (ultrapassagem) entre partidos da esquerda não se deu por pouco, com o Unidos Podemos (21,2%) a ficar a escasso ponto e meio do PSOE (22,6%).

Agora é o Cidadãos a apresentar uma clara ameaça aos socialistas, crescendo praticamente 10 pontos percentuais relativamente aos 13,1% alcançados nas últimas legislativas espanholas.

 

A força liberal é a mais bem avaliada pelos espanhóis, com 53% dos inquiridos pelo Metroscopia a aprovar a actuação política do Cidadãos e também a que consegue melhor nível de fidelização, já que 76% dos eleitores que em 2016 votaram no partido de Rivera agora voltariam a fazê-lo.

 

O Cidadãos beneficia também do papel desempenhado no parlamento catalão, onde é actualmente a maior força da oposição. A líder parlamentar do Cidadãos no parlamento regional, Inés Arrimadsas, assumiu-se nos últimos meses como a principal figura do unionismo espanhol na Catalunha.

 


Por outro lado, tal como o PSOE, também o Cidadãos apoiou a activação do artigo 155 da Constituição que permitiu a Madrid assumir a tutela do governo autonómico catalão (Generalitat). Mas mais até do que o PSOE ou o PP de Rajoy, o Cidadãos defendeu intransigentemente o recurso ao mecanismo constitucional por forma à suspensão da autonomia catalã em resposta às acções separatistas promovidas pela Generalitat.

 

O PP e o PSOE chegaram a sinalizar a disponibilidade para deixar cair o artigo 155 se os dirigentes catalães não concretizassem a declaração unilateral de independência e se aceitassem convocar eleições regionais antecipadas, enquanto o Cidadãos sempre defendeu a necessidade de recorrer à Constituição para repor a legalidade na Catalunha.

 

Sendo um partido que se situa ao centro da política espanhola, o Cidadãos consegue captar votos tanto à esquerda como à direita. O estudo do Metroscopia mostra que o aumento do apoio ao partido de Rivera provém de anteriores eleitores do PP (14%), do PSOE (9%) e até mesmo do Unidos Podemos (4%).

 

Assim, o bloco de centro-direita ganha vantagem sobre o campo do centro-esquerda, com PP e Cidadãos juntos a valerem 48,8% das intenções de voto e PSOE e Unidos Podemos a valerem apenas 37,4%. Desde as eleições gerais de Junho que a distância entre estes dois blocos não era tão pronunciada.

 

Após quase um ano sem um governo em plenitude de funções, o impasse político em Espanha foi inicialmente desbloqueado através do apoio conferido pelos deputados do Cidadãos à investidura de Rajoy como primeiro-ministro.

 

Porém, nessa altura PP e Cidadãos não bastavam para alcançar a maioria absoluta, pelo que foi necessário que a maior parte dos parlamentares do PSOE se abstivessem para conferir governabilidade ao país.

Em sentido inverso ao Cidadãos, o Unidos Podemos surge como o partido mais prejudicado pela ameaça independentista catalã. A força liderada por Pablo Iglesias perde votos para o Cidadãos e, principalmente, para o PSOE, possivelmente penalizada pela posição dúbia sobre a Catalunha, tendo-se oposto quer à DUI quer ao accionar do 155.

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