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Cidadãos é o único dos principais partidos a subir em sondagem posterior à crise catalã

O Cidadãos quase alcança o Unidos Podemos e reforça as possibilidades de vir a fazer parte de um potencial governo de coligação com o PP. O partido liderado por Albert Rivera é assim o principal beneficiado da crise catalã.

Reuters
07 de Novembro de 2017 às 14:18
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A crise catalã só parece ter beneficiado um dos quatro maiores partidos espanhóis. A sondagem do CIS publicada esta terça-feira no El País mostra que a ameaça independentista catalã terá contribuído para reforçar as intenções de voto do Cidadãos, partido nascido na Catalunha e que tem na génese o combate ao independentismo catalão.

O partido presidido por Albert Rivera obtém 17,5%, mais três pontos percentuais do que no último barómetro do CIS (Julho) e quase alcança na terceira posição o Unidos Podemos (coligação entre o Podemos e respectivas "filiais" regionais e a Esquerda Unida) que cai perto de dois pontos para 18,5%.

O PP de Mariano Rajoy mantém-se em primeiro com 28% e o PSOE de Pedro Sánchez fica-se por 24,9%, com os dois maiores partidos a recuarem quase 1 pontos percentual relativamente a Julho.

A sondagem realizada entre 2 e 11 de Outubro já contempla, mesmo que parcialmente, os efeitos decorrentes do desafio independentista catalão, com a preocupação demonstrada pelos inquiridos relativamente à crise catalã a aumentar de 7,8% em Setembro para 29% no passado mês de Outubro.


O Cidadãos manteve uma posição de firmeza face às acções do governo autonómico catalão, tendo defendido de forma intransigente o recurso ao artigo 155 da Constituição espanhola.

Apesar de alguma margem aparentemente concedida pelo governo de Rajoy, que terá ponderado deixar cair aquele mecanismo constitucional se a Generalitat recuasse e convocasse eleições autonómicas, Rivera sempre defendeu que a resposta para as acções "ilegais" do bloco independentista tinha de passar necessariamente pela reposição da ordem constitucional. Foi o que aconteceu com Madrid a intervir na Catalunha suspendendo o autogoverno da região logo depois de o parlamento catalão ter declarado de forma unilateral de independência catalã.

A sondagem mede assim o pulso ao sentimento espanhol acerca das acções soberanistas catalãs, incluindo o referendo e cargas policiais de 1 de Outubro, o duro discurso do rei Felipe VI pronunciado no dia 3, ou ainda a DUI com efeitos suspensos realizada no plenário catalão a 10 de Outubro.

Porém, já não permite avaliar o impacto das medidas mais recentes, como a formalização da DUI e consequente activação do artigo 155, as detenções pelo crime de sedição dos líderes das organizações cívicas independentistas (os "Jordis" da ANC e Òmnium Cultural), ou a prisão preventiva decretada aos membros do governo da Generalitat, acusados de rebelião, sedição e fraude.

Esta sondagem reforça um eventual cenário de coligação governativa de centro-direita entre o PP e o Cidadãos, sendo que foi o partido de Rivera já foi importante no desbloquear do impasse que deixou Espanha quase um ano sem um governo em plenitude de funções, viabilizando no Congresso espanhol a tomada de posse de Mariano Rajoy, que se valeu também da abstenção da maior parte dos deputados do PSOE. 

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